ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? NÃO SE PÁRAS ESTÁS PERDIDO! Goethe

- ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? - NÃO, SE PÁRAS, ESTÁS PERDIDO! Goethe



domingo, 31 de outubro de 2010

Mapas da Europa






A visão americana (gostei do Thanksgiving Meal)!





Este será o mapa dos eurocratas?

Corte no Sal



Só a gora me ocorreu a clarividência e a antecipação da Direção Geral de Saúde ao legislar sobre o corte de sal no pão.
É que salário tem origem no latim salarium argentum, "pagamento em sal" – forma primária de pagamento oferecida aos soldados do Império romano.(Wikipedia)
Tendo-se decidido que não precisavamos de tanto sal, os cortes nos salários foram apenas um acerto que Teixeira dos Santos tinha de fazer depois da benfazeja medida de Francisco George.
Assim já está tudo explicado e eu muito mais descansado, sabendo que afinal é tudo para o bem da minha saúde!

sábado, 30 de outubro de 2010

Cara ou corôa?

Jardim: Passos Coelho dará um bom primeiro-ministro



Só existem dois meios para acontecer a chamada renovação do sistema político, que tanta gente reclama. Uma será um golpe de Estado, situação a que sempre se chegará, se a desilusão coletiva se aprofundar, sem que o regime encontre formas benignas de se regenerar. (É uma solução demorada - só acontece no limite do tolerável - e com custos económicos e sociais enormes, como a história exemplifica). A outra será uma alteração do sistema eleitoral, que obrigue, sem alternativas, os partidos a encararem a necessidade de se modificarem, de abordar a política noutra perspetiva, permitindo chamar ao seu seio um tipo de cidadãos diferentes daqueles que hoje a frequentam.
Defendo há muito, depois de muito pensar no assunto, que a única alteração do sistema eleitoral que produziria eficácia, seria a que possibilitasse que os votos expressos em branco, se fizessem representar, por lugares vazios na Assembleia. E que houvesse um mínimo, no limite 50% de lugares ocupados, para que esta pudesse funcionar. E que nas votações, os deputados ausentes, significassem para efeitos de contagem isso mesmo.
Á primeira vista trata-se de uma ideia extravasante, mas se refletirmos seriamente, somos obrigados a concordar que é da mais elementar justiça - um voto em branco, exprime uma não identificação do eleitor com nenhuma das propostas em concurso, só que no atual sistema eleitoral, essa expressão de uma opinião, não tem qualquer tradução política. O que leva a que o desiludido acabe por se abster, já que o resultado eleitoral é o mesmo.
Idealmente a abstenção também deveria ter repercussão na composição da Assembleia - aí não ficariam lugares vazios, mas retiravam-se cadeiras. Uma Assembleia de 250 lugares, ficaria assim reduzida a 175 lugares se houvesse 30% de abstenção. O que teria implicações diferentes dos lugares vazios - o número definido de deputados, que deixaria de ser fixo, é que determinaria o cálculo das maiorias, etc..
Estou convencido que a taxa de abstenção diminuiria significativamente e a expressão de votos em branco aumentaria! Esta adaptação do sistema representativo, incorporaria também uma modificação dos atuais círculos eleitorais, para formas mais próximas e nominais de representação.
Parecendo a proposta arrevesada, pensarão que nunca foi seriamente considerada, mas enganam-se. Há cerca de dois ou três anos, o ex ministro das Finanças Dr. Campos e Cunha, elencava-a no meio de meia dúzia de medidas para renovar  o regime.
O absurdo do atual regime de representação democrática, é que no limite um eleitor consegue eleger 250 deputados ...
Os partidos passariam a incorporar pessoas que inspirassem confiança aos cidadãos, que os mobilizassem e representassem os seus anseios, sob pena de desaparecerem.
Claro que esta medida só por si não resolveria os problemas de uma sociedade, mas estou convicto que ajudaria a trazer a política para a vida das pessoas. O aumento do populismo poderia ser um dos efeitos laterais nefastos desta terapêutica, mas penso que não comprometeria a cura!

Num dia em que são reveladas sondagens que revelam uma vontade inequívoca dos eleitores em mudarem o partido que os governa, voltei a pensar nesta velha ideia - estou convencido que a mudança de partido de governo, não é uma verdadeira mudança, embora seja a única que o atual sistema político nos permite!
Acontece quando a saturação e revolta contra uns, nos atiram para os braços dos outros!
Mas quem já vivenciou este transvase algumas vezes,  não consegue reeditar ilusões. Estamos reféns do sistema - os mesmos que nos causaram a desgraça, irão reaparecer como nossos salvadores em ciclos eleitorais alternados.
Não se vislumbra renovação das personagens desta despótica farsa, nem se suspeita que pessoas competentes, com padrões morais e éticos elevados, queiram entrar neste baile. A aprovação de medidas como a proposta também será difícil, pois a política é um organismo endogâmico, que dificilmente promoveria qualquer medida que  pusesse em causa o atual status quo - um conjunto de figurantes, que se dividiram entre dois grupos e que se revezam em palco, quando o nível de apupos, começa a ser intolerável.
Na hora de irmos escolher entre a cara e coroa desta moeda, resta-me ingenuamente a pergunta:
- Haverá alguma hipótese da moeda cair em pé?

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Quem nos defende dos nossos defensores! (Brecht)



Um grupo de médicos de Saúde Pública, propõe-se corrigir a maneira de viver da população, levando-nos todos a comportarmo-nos de uma forma mais saudável. Embora a ideia esteja cheia de boas intenções, também o Inferno está. E se as boas intenções nos poderão dar a salvação na Vida Eterna, não é certo que no-la deiam nesta!

Retiro do Público:
"Até ao final do ano queremos que sejam editadas três cartilhas - uma para crianças, outra para jovens e outra para adultos", explica o director-geral da Saúde. As cartilhas serão editadas pela Direcção-Geral da Saúde e a Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (Ministério da Educação), adianta Francisco George.
Os especialistas recomendam o aumento dos impostos sobre o tabaco e a introdução de avisos de saúde com imagens a cores nos maços. Propõem ainda a restrição do número de máquinas de venda automática e a revisão da actual legislação.
Sugerem que se vá mais longe no controlo do fornecimento e venda de alimentos com alto teor de açúcar, sal e gordura, nomeadamente em refeitórios e cantinas de hospitais e escola, e se multipliquem os pontos de disponibilização de água potável (para evitar que as crianças bebam refrigerantes).
Recordam, a propósito, que os hábitos alimentares pouco saudáveis e o sedentarismo são as principais determinantes do aumento da diabetes, "que adquiriu expressão epidémica" e gera elevadas despesas para o sistema de saúde.
Relativamente ao consumo de álcool, os subscritores da declaração defendem que as iniciativas de informação e de fiscalização não se devem limitar à prevenção rodoviária, como acontece actualmente. Defendem ainda a redução da venda de produtos alcoólicos nas imediações de escolas.
" (Esta é) uma condição indispensável para o sucesso económico", sublinham os especialistas. "Manter a comunidade europeia saudável aumentará também a sua produtividade".
São necessárias "estratégias transversais a toda a sociedade" e aqui assumem relevo outros sectores, como a investigação, o planeamento urbanístico, a habitação, a política fiscal, entre outros.

Antes de mais, há que explicar o que é um médico de Saúde Pública - não se trata de um clínico, um médico habituado a lidar com as pessoas, as suas doenças, as suas fragilidades, mas sim de um planeador de saúde, cujo objeto de trabalho são estatísticas, estudos epidemiológicos, mapas e relatórios. Não estando em causa a importância do seu trabalho, lidam geralmente com a vida das pessoas, com a habilidade de um elefante numa loja de loiças.
Temos todos presentes a paranóia social e os custos nunca revelados, que resultaram da última intervenção pública destes profissionais, a propósito da gripe A ou suína, depois de já terem ensaiado igual alarido a propósito da das aves.
Para que não pareça retórica, lembro-lhes um decreto que obrigava a manifestar nas Juntas de Freguesia, as existências do capoeiro, que deveriam ser atualizadas sempre que se fizesse uma cabidela (e que culminou com uma ordem de extermínio de todas as aves domésticas!).
Este grupo de profissionais capturou a política do Ministério de Saúde, pelo menos a partir do consulado de Correia Campos, insigne professor da Escola Nacional de Saúde Pública. E como existe um Observatório Permanente de Vigilância da Gripe (mais um  organismo a eliminar!), com pessoal exclusivamente dedicado ao assunto, que edita uma dispendiosa e luxuosa edição anual, sobre o seu trabalho, sempre que surgir uma oportunidade e o terreno estiver aberto, lá os veremos a assumir os comandos das operações - com a inabilidade do elefante, para desespero de todos nós.

Depois do recente decreto a estipular os limites de sal autorizados no pão, surge esta cruzada para nos obrigar a sermos mais saudáveis.
Devo dizer que ser mais saudável é uma ideia que me atrai - como ser mais bonito, mais rico, mais feliz - o que não gosto é que me obriguem!
Além disso embora possa parecer hoje que a redução do sal na alimentação, seja uma medida incontestavelmente benéfica, ninguém pode ter a presunção de estar infalivelmente certo. Basta lembrarmo-nos da adição de flúor à água corrente, que foi feita em diversos municípios suíços (e que também em Portugal teve adeptos - só que na altura, com menos poder que o atual), sob a convicção científica de que iria resolver o problema das cáries e que veio a ser abandonada anos depois, quando se tornaram evidentes as consequências nefastas na dentição e nos ossos!
Ninguém pode garantir que a redução importante do consumo do sal marinho, não possa vir a trazer consequências indesejáveis - por exemplo, carências em oligoelementos, com as decorrentes patologias. E principalmente ninguém, do meu ponto de vista tem o direito de me submeter a uma experiência sanitária de massas, sem o meu consentimento! A história, particularmente a da Medicina, está cheia de certezas que com o tempo deixaram de o ser!
Há que distinguir, as medidas que são tomadas com o objetivo de protejer terceiros, daquelas que mesmo muito bem intencionadas e fundamentadas, impõem comportamentos, coartando a liberdade de cada um.
Sou favorável à restrição de consumo de tabaco em locais públicos, mas já me baterei contra qualquer medida limitadora da liberdade de fumar em locais em que isso não incomode ninguém.
Estas questões suscitam a velha dicotomia da liberdade versus igualdade, que a Revolução Francesa ignorou.
Sou favorável a uma sociedade que promova a igualdade de oportunidades e que não descrime nenhuma cidadão (igualdade perante a lei!).
A partir daí sou a favor da liberdade - sendo as pessoas desejavelmente diferentes, a igualdade só pode ser conseguida pela força, sem benefício para ninguém.
O trilho e o tom que a DGS segue, são perigosos - logo a nomenclatura põe-me de pé atrás - Cartilha para as crianças, jovens e adultos!
É de uma saga catequizadora que se trata, pois! Depois as intenções veladas de várias "leis secas" (  "redução da venda de produtos alcoólicos nas imediações de escolas"; "restrição do número de máquinas de venda automática de tabaco"; "evitar que as crianças bebam refrigerantes"), cujos resultados paradoxais foram conhecidos.
Por último o tom que mais assusta - " (Esta é) uma condição indispensável para o sucesso económico. Manter a comunidade europeia saudável aumentará também a sua produtividade".
Daqui para a frente não haverá mais limites ( "estratégias transversais a toda a sociedade" e aqui assumem relevo outros sectores, como a investigação, o planeamento urbanístico, a habitação, a política fiscal...")!
Estes zelosos cuidadores da saúde da colmeia não hesitarão - para o nosso bem, farão tudo o que esteja ao seu alcance, para nos manter a trabalhar, com poucas avarias e por muito tempo.

O tom do texto, que pode parecer excessivo, face à aparente benignidade das intenções, justifica-se, pois sempre que se ultrapassa a barreira da nossa liberdade individual, é nosso direito e obrigação reagir pronta e veementemente, antes que seja tarde - entre Bertrand Russel e José Estaline, embora ambos fumassem cachimbo (e eu não!), escolherei sempre a esteira do primeiro!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

CAMINHAR


As coisas mais importantes da vida, são gratuitas!
Desde logo o viver - respirar bem, ver, ouvir, pensar, cheirar, sentir!
Amar e partilhar, sabemos e dizem os estudos, são as atitudes que mais contribuem para a felicidade e não custam nada. No seu duplo sentido aliás - só quando não custam nada, é que são possíveis!
Quando falamos de crise, falamos de dinheiro - e esse só interfere na nossa felicidade, quando não é suficiente para satisfazer as necessidades básicas!
Muitos psicólogos, antropólogos, sociólogos tentaram estabelecer uma relação entre dinheiro e felicidade - e concluíram que até um determinado valor, o que permite assegurar uma existência cómoda, existe uma relação direta entre os dois, mas acima de um certo limiar, os acrescentos monetários não se traduzem em ganhos de felicidade e para lá de um patamar mais alto, parece mesmo haver uma relação inversa.
Sei que uma grande parte dos meus concidadãos se encontra no grupo dos que um pouco mais de dinheiro no bolso, ajudaria à sua felicidade.
Porém, também sei, que grande parte da infelicidade é gerada pela não satisfação de expectativas consumistas que nos são socialmente induzidas, que nada têm a ver com o bem estar de cada um, e que se destinam apenas a promover o consumo de bens e serviços. Todos nós somos vítimas dessas armadilhas e é bom que reflitamos sobre isso.
Os tempos livres desde há muito que se tornaram alvo de uma indústria de consumo poderosa, que recorrendo a documentários, revistas, referências sociais e culturais, nos foram convencendo que tiraremos melhor partido dumas férias ou dum fim de semana, quanto mais exótica ou dispendiosa for a escolha para a sua ocupação.
E isto é tão verdade para as férias num apartamento na Quarteira, como para a estadia num Spa da Polinésia - claro, que já se estão a sorrir por esta altura, prefeririam a segunda opção, mas não é verdade que exista uma diferença qualitativa nas opções - é natural que o aporte de felicidade de quem sonhou e conseguiu as primeiras, seja maior de quem descontou no cartão de crédito as segundas.
Quem já desfolhou uma dessas revistas de tempos livres ou de viagens, sabe que começa  a estar na moda uma forma de turismo mais activo - que pode ser percorrer o trilho Inca no Perú, fazer treking no Nepal ou seguir as levadas na Madeira.
E o que têm de bom essas opções, são o exercício físico que proporcionam, o deleite de locais paisagisticamente agradáveis, a saída da rotina diária. O que elas têm em comum com o Spa da Polinésia, é que são caras, poluidoras (já imaginou a quantidade de CO2 que gasta, para fazer uma caminhada!), e constituem uma tentativa da Indústria do Turismo de não perder um grupo de pessoas já saturadas pelo modelo tradicional de férias.
Pois a crise pode constituir uma oportunidade para a nossa vida - podemos viver melhor, gastando menos!
Caminhar é das atividades mais reconfortantes que conheço - além do bem estar que proporciona, obriga-nos a confrontar com as nossas limitações físicas, dá-nos tempo para refletir, é (descobriu-se agora) a mais poderosa terapia contra a perda de memória e permite-nos descobrir, isso mesmo, que há mais vida para além do deficite!
Vivemos num território, que muitas vezes desconhecemos - temos quase tantas surpresas ao fazer uma caminhada na região onde habitamos, como quando estamos a milhares de Kms de distância!
Desde há cinco anos que tiro 4 ou 5 dias por ano, para fazer uma caminhada de cerca de 100-120 Kms por um dos Caminhos de Santiago.
Já estive em Machu Pichu, em Katmandu e no Pico Ruivo e confesso sinceramente que não foi o exotismo do local que tornou a experiência mais fantástica.
Os Caminhos de Santiago são por diversas razões uma boa opção para caminhar, embora naturalmente haja muitas outras, porventura melhores!
A primeira razão é existirem milhares de Kms de trilhos muito bem marcados, centenas deles em Portugal.
Depois existe uma logística, que permite viajar em autonomia, quase gratuitamente - há uma cobertuta de albergues, cuja pernoita pode variar entre o gratuito ou os 5€, espaçados no máximo de 20, 25 Kms, com condições aceitáveis de conforto e higiene (espartanas, claro!).
Temos ainda que tirando alguns troços menos felizes, percorremoss trajetos que têm centenas de anos de história, que já viram passar muitas gerações de gente como nós, o que junto com as bolhas nos pés e as dores nas pernas, nos ajuda a recolocarmo-nos no nosso lugar ...
O caminho, cada um o faz por si, mas nunca nos sentimos sózinhos- milhares de pessoas de todo o mundo o percorrem diáriamente (não é exagero!) e na tua etapa irás seguramente cruzar-te com alguns, que te poderão dizer pouco ou muito pelo contrário ... mas o que é seguro, é que vais ter muito tempo para refletir sobre isso e muitas outras coisas.
Faz-se uma viagem espaço-temporal, pois quer uma dimensão quer outra, se vai esticar!
Ter um objetivo e conseguir alcançá-lo é uma fonte de auto confiança e satisfação. A chegada a Santiago, dá uma sensação de plenitude e de superação revigorantes e vai-nos fazer sentir irmanados com as centenas de caminhantes que também cumpriram, nesse dia, essa etapa.
Não tendo sido para mim, nunca, uma vivência religiosa, caminhar até Santiago, é concerteza uma vivência espiritual enriquecedora.
Pois, faz-te ao Caminho!

Estão a ver ao ponto que a coisa está a chegar!



Albergo nestas páginas esta declaração por ser de alguém cujas crónicas há anos aprecio, no Público. Embora não subscreva o tom desesperado, não posso alhear-me de alguma lucidez que transparece e da revolta que sinto generalizar-se.
Se um intelectual reage assim, o que será de esperar das reações populares, quando a massa se aperceber realmente do que aí vem?
Isto é um prenúncio - tempos muito perigosos se avizinham!


                     DECLARAÇÃO

As medidas que o Estado português se prepara para tomar não servem para nada. Passaremos anos a trabalhar para pagar a dívida, é só. Acresce que a dívida é o menor dos nossos problemas. Portugal, a Grécia, a Irlanda são apenas o elo mais fraco da cadeia, aquele que parte mais depressa. É a Europa inteira que vai entrar em crise.
O capitalismo global localiza
parte da sua produção no antigo Terceiro Mundo e este exporta para Europa mercadorias e serviços, criados lá pelos capitalistas de lá ou pelos capitalistas de cá, que são muito mais baratos do que os europeus, porque a mão-de-obra longínqua não custa nada. À medida que países como a China refinarem os seus recursos produtivos, menos viável será este modelo e ainda menos competitiva a Europa. Os capitalistas e os seus lacaios de luxo (os governos) sabem isso muito bem. O seu objectivo principal não é salvar a Europa, mas os seus investimentos e o seu alvo principal são os trabalhadores europeus com os quais querem despender o mínimo possível para poderem ganhar mais na batalha global. É por isso que o “modelo social europeu” está ameaçado, não essencialmente por causa das pirâmides etárias e outras desculpas de mau pagador. Posto isto, tenho a seguinte declaração a fazer:
Sou professor há mais de 30 anos, 15 dos quais na universidade.
Sou dos melhores da minha profissão e um investigador de topo na minha área. Emigraria amanhã, se não fosse velho de mais, ou reformar-me-ia imediatamente, se o Estado não me tivesse já defraudado desse direito duas vezes, rompendo contratos que tinha comigo, bem como com todos os funcionários públicos.
Não tenho muito mais rendimentos para além do meu salário. Depois de contas rigorosamente feitas, percebi que vou ficar desprovido de 25% do meu rendimento mensal e vou provavelmente perder o único luxo que tenho, a casa que construí e onde pensei viver o resto da minha vida.
Nunca fiz férias se não na Europa próxima ou na Índia (quando trabalhava lá), e sempre por pouco tempo. Há muito que não tenho outros luxos. Por exemplo: há muito que deixei de comprar livros.
Deste modo, declaro:
1) o Estado deixou de poder contar comigo para trabalhar para além dos mínimos indispensáveis. Estou doravante em greve de zelo e em greve a todos os trabalhos extraordinários;
2) estou disponível para ajudar a construir e para integrar as redes e programas de auxílio mútuo que possam surgir no meu concelho;
3) enquanto parte de movimentos organizados colectivamente, estou pronto para deixar de pagar as dívidas à banca, fazer não um, mas vários dias de greve (desde que acompanhados pela ocupação das instalações de trabalho), ajudar a bloquear estradas, pontes, linhas de caminho-de-ferro, refinarias, cercar os edifícios representativos do Estado e as residências pessoais dos governantes, e resistir pacificamente (mas resistir) à violência do Estado.
Gostaria de ver dezenas de milhares de compatriotas meus a fazer declarações semelhantes


PAULO VARELA GOMES,
Texto publicado no jornal Público de 23 de Outubro de 2010

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ambivalências

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A história é conhecida - o Governo Regional dos Açores encomendou ao Estaleiro Nacional de Viana do Castelo um ferry-boat de luxo, por um valor de 46 milhões de Euros. Em plena campanha eleitoral regional, resolveram utilizar o assunto como espanta-tolos e decidiram recusar o navio, sob o argumento de que a velocidade de ponta contratada era de 18 nós e a velocidade atingida não ultrapassava os 16,5 (apesar dos estaleiros argumentarem que essa redução se devia a alterações ao projeto, acrescentadas à posteriori!).
Vai daí e como já tinham sido adiantados 33 milhões, mais multas e compensações, o Governo Açoreano apresentou-se como credor de 40 milhões aos ENVC.
E desde aí o fantástico Atlântida está encostado numa doca de Viana, com uns custos de manutenção anuais de 500 000€, à espera de quem o queira. Entretanto os açoreanos utilizam uma sucata flutuante em fim de vida, de nome Santorini, alugado a um armador grego, com custos, dizem, superiores aos do encargo da compra.
Tudo isto se passa entre um Governo Regional que come opiperamente à mesa do Orçamento Nacional e uma empresa pública, que acumula deficites para esse mesmo Orçamento e a que não conseguir solucionar o caso, falirá inevitavelmente.
Os ENVC são o maior empregador do Distrito de Viana e o seu encerramento constituirá uma catástrofe social e económica para a região, à beira da qual as cheias da Madeira não passam de cenário cinematográfico. Contudo aqui não funcionou a extraordinária solidariedade nacional que tanto costuma entusiasmar os portugueses.
E agora aparece o amigo Venezuelano disposto a comprar em saldo - 35 milhões de euros, o navio para fomentar o turismo insular para a ilha Marguerita. A diferença será paga por nós, contribuintes, que além de mais ficaremos agradecidos a Chavez (no caso de pagar!), já que os nossos conterrâneos açoreanos continuam na sua.
E agora a parte que me intriga - como é possível ter sido mais fácil para Sócrates convencer o amigo Venezuelano, do que o seu compatriota, correligionário e amigo Carlos César.
Não seria para uma mediação destas que poderia servir o Presidente, que tanto tem enchido a boca ultimamente com o mar?
Por último: gostarão os Açoreanos, da próxima vez que a terra lhes trema debaixo dos pés, que a gente os mande pedir ajuda ao Kadhafi?



Atlântida
  
Santorini

Troço do Muro de Adriano

Dada a oportunidade da referência, pilho de António Barreto, no Sorumbático, este post.

Fotografias de António Barreto- APPh

Clicar na imagem, para a ampliar
Construído no século II, a mando do Imperador Adriano. Este, depois do seu antecessor, Trajano, entendeu pacificar as fronteiras do império, tanto na Ásia Menor, como na Germânia ou na Britânia. Este muro, de costa a costa, separava os romanos e os ingleses dos escoceses. (1986)


Caminho no muro de Adriano!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Adriano


"Petite âme, âme tendre et flottante, compagne de mon corps, qui fut ton hôte, tu vas descendre dans ces lieux pâles, durs et nus, où tu devras renoncer aux jeux d’autrefois. Un instant encore, regardons ensemble les rives familières, les objets que sans doute nous ne reverrons plus... Tâchons d’entrer dans la mort les yeux ouvert."»


Li, pela primeira vez, as Memórias de Adriano, com vinte e poucos anos. Lembro-me ter sido uma leitura custosa, havia tanto a aprender em cada página, mas ficou-me a recordação do encantamento.
Releio-o agora: "Quanto a mim, era aos 20 anos pouco mais ou menos o que sou hoje, mas era-o sem consistência" - diz Yourcenar/Adriano. Também Marguerite carregou este livro dentro de si a amadurecer, uma vida - iniciando o projeto na juventude ( primeira visita à Vila Adriano em 1924 com 21 anos), desistiu dele, destruindo várias versões, mas como refere nas suas notas, passando a sua vida como que inconscientemente a preparar-se para este desafio. Em 1949 retoma a sua escrita, não aproveitando nada de nenhuma versão anterior e publica-o em 1951.
Esta segunda leitura foi-me fácil e agradável - pareceram-me naturais e acessíveis as reflexões do Imperador e apercebi-me quanto esta obra influenciou o meu carácter e a minha perspetiva de vida. É concerteza um dos livros da minha vida.
Sendo uma pseudo autobiografia, rapidamente nos esquecemos da "intermediação" e sentimos que estamos a ser confidentes daquele que foi um dos Homens mais poderosos da História, que fruto da adoração coletiva se sentiu ascender a um estatuto  divino e que o envelhecimento o faz confrontar com a sua dimensão mortal. ( "... preferia a morte, à decadência ...").  Como se de uma médium se tratasse, a autora consegue anular-se, recorrendo a técnicas que dão verosimilhança às memórias - confessa cumplicemente correções aos dados históricos ( "... quando cozinhava, não era por desconfiança, como se cria, mas para ter mais intimidade!", " Vou fazer o relato, este sim sincero e fidedigno, embora tenha ditado as memórias oficiais, reais, mas condicionadas pelas aparências."), assume convincentemente o sofrimento que resulta da doença (hidropsia cardíaca) e o distanciamento dissociativo, corpo/alma, do Imperador ("A minha pessoa apagava-se, porque precisamente o meu ponto de vista começava a contar!").
Adriano, fica assim após as primeiras páginas livre para nos falar diretamente através do tempo e nós deixamo-nos seduzir por este homem, que perseguiu a paz ( " sabia que o bem, como o mal , é uma questão de rotina."), o prazer ("todo o prazer, sentido com gosto, me parece casto.") e a liberdade ("por mim procurei mais a liberdade que o poder e o poder somente porque em parte favorecia a liberdade").
Devoto da Cultura Helénica, que sinceramente considerava superior ("tudo o que cada um de nós pode tentar para prejudicar os seus semelhantes, ou para os servir, foi pelo menos uma vez, feito por um grego"), dotou Roma de uma ordem jurídica de inspiração grega, promoveu o Paganismo como percursor do estado laico e cultivou o despojamento, nunca se sentindo atraído pelas mordomias da capital, preferindo uma vida quase itinerante pelas bordas do Império.
Também no amor teve os gregos por modelo - a maior paixão da sua vida foi o jovem Antinoo, afogado no Nilo com 20 anos em 130 dC (auto-imolado em sua honra?) e em memória do qual fundou a cidade de Antinópolis no Alto Egipto, de onde era originário. Mas foi de Plotina, mulher de Trajano, seu antecessor, que esteve espiritualmente mais próximo, compartilhando a sua filosofia Epicurista.
Concebido como legado espiritual ao jovem Marco Aurélio, que Adriano escolheu para seu sucessor, é também um tratado sobre o poder, a intriga política e social e todas as questões intemporais que continuam a afligir a Humanidade. ("Há mais de uma sabedoria e todas são necessárias no Mundo - é bom que alternem.").
Livro de História, de Memórias, de Filosofia, de Geopolítica, este é um livro fantástico, mas que pode ser perigoso ler sózinho - a sensação de intimidade com um ser superior, pode ser inebriante!
("Um homem que lê, que pensa ou que calcula, pertence à espécie e não ao sexo - nos seus melhores momentos, escapa mesmo ao humano."). Boa leitura!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Benvindo Mr. Chance



Surge hoje pela boca do Prof. Marcelo (parece nome de personagem da Mónica!), o anúncio do anúncio da recandidatura do nosso Presidente à continuação no cargo.
Sempre que penso em Cavaco aparece na minha cabeça o jardineiro (Mr. Chance), interpretado por Peter Sellers num filme de Hall Ashby (Being There, 1979).
Para quem não viu ou já não se recorda, Chance era o jardineiro de uma personalidade importante de Wasghinton D.C., que vivia confinado à sua mansão e só mantinha conhecimento da realidade através da televisão. Após a morte do seu patrão, sai para o mundo com um vestuário formal e clássico, o que a par com uma perspectiva original da realidade, acaba por lhe dar acesso ao convívio com um influente analista político e consultor do Presidente.
 Referindo-se à realidade sempre com metáforas sobre a Natureza e a jardinagem, os seus comentários são entendidos como verdadeiros oráculos sobre a vida política e consegue grande notoriedade na Comunicação Social.
Com a morte do seu protetor (Ben Rand), é indigitado como Conselheiro Presidencial, apesar de nunca ter sido senão um modesto jardineiro e de as suas considerações sobre botânica, não serem mais do que apenas isso.
Pensarão muitos - a maioria - que não estou a ser justo com Cavaco e mesmo insultuoso. A verdade é que desde o seu aparecimento na Figueira da Foz a fazer a rodagem do Citroen, trazendo na bagagem uma discreta passagem por uma secretaria de Estado, nunca lhe reconheci uma ideia de génio ou um desígnio para o País.
 Estou mesmo em crer que foi ele o grande iniciador da trajetória coletiva para o abismo em que agora nos encontramos.
Apesar de ter sido com ele que a máquina estadual mais cresceu e se burocratizou, apareceu mais tarde a denunciar o Monstro, nuns termos que não desmerecem Chance, porque se ficou pela parangona, nunca concretizando medidas, talvez porque tivesse que denunciar a sua própria governação (lembram-se por exemplo de "um politécnico em cada capital de Distrito" - que agora temos de sustentar!).
Depois veio a parábola da "má moeda" que precisava de ser destronada pela boa, em termos próximos aos que Chance falaria da floração das orquídeas, e que foi logo profusamente interpretada por uma legião de Pitonisas.
Houve depois um início de mandato presidencial, em que apareceu colaborante com o Governo e a cantar Ossanas ao futuro radioso, quando sabemos agora sem sombra para dúvidas, que estávamos em Plano Inclinado para o desastre - e nunca lhe ouvimos um alerta do género "não se esqueçam que quanto mais exuberante é a floração, mais horríveis parecerão as pétalas murchas"!
Tivemos depois à prova a sua capacidade de intriga política, no célebre episódio do Verão de 2009, com chefe de casa civil envolvido, num enredo amador, de opereta de bairro.
 Génio, visão de estado, não lhe reconheço pois.
Mas tal como com o Orçamento, estamos condenados à chantagem da realidade: a opção é muito má, mas a sua alternativa ainda poderá ser pior - a contracenar com o nosso Chance, temos uma personagem saída de A Lenda dos Guardiões, o guerreiro-poeta.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

BIG BROTHER GLOBAL

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Quando ouvi Obama prometer que ia rezar pela sorte dos 33 mineiros, intriguei-me! Mas já não me surpreende muito o seu estilo evangelista e de hiper-exposição mediática, que de resto o irá perder!
Quando ontem, durante 24 horas as televisões transmitiram em directo, em quase contínuo, as operações de resgate dos mineiros retidos numa remota mina chilena, preocupei-me!
Porque o Mundo transformou-se num redutor Big-Brother pela mão dos políticos e dos jornalistas, a que já dificilmente conseguimos escapar!
Primeiro soubemos naturalmente, numa notícia banal, que um grupo de mineiros tinha ficado soterrado, numa derrocada de uma mina no deserto de Atacama. Depois insinuou-se o folhetim - tinham sido localizados com vida, estabeleceu-se uma comunicação, urdiu-se um plano de resgate, iniciaram-se as perfurações... E diariamente, à hora das telejornais, em todo o Mundo, passou-se a inserir um episódio diário do folhetim. Convidaram-se especialistas para comentar: engenheiros, psicólogos, políticos. Fomos começando a conhecer as personagens involuntárias do Big Show global - com um desrespeito atroz da sua privacidade e do seu sofrimento! Habituámo-nos a jantar com as explicações sobre quem eram os mais frágeis, os mais instáveis, os lideres. Curiosamente não me lembro de terem convidado a Júlia Pinheiro ou a Teresa Guilherme para o comentário, mas tratou-se de uma injustiça e um desperdício intoleráveis, dada a sua experiência na matéria.
O Presidente Chileno, mudou-se para o campo de operações, foram adiadas visitas de Estado e segundo ouvi, o timing do resgate terá sido condicionado pela agenda presidencial!
A ordem de saída dos habitantes da casa, digo mina, foi criteriosamente determinada, para assegurar o sucesso da transmissão televisiva e anunciada durante dias - primeiro o mais ágil e em melhor estado físico, a seguir o mais eloquente, para capitalizar os diretos...
Obama apareceu de novo, com uma comunicação especial sobre o evento, a reclamar a sua quota parte de responsabildade no sucesso - tinha sido a Nasa a enviar a perfuradora e a conceber a cápsula (embora os chilenos, também reclamassem a sua construção!?) e não o ouvi a garantir que tinha rezado, mas estou certo que o fez e foi atendido!
Nunca ouvi ninguém aprofundar, se houve erros técnicos evitáveis na origem do desastre! Se esta operação bilionária poderia ter sido desnecessária se se tivesse gasto um pouco mais em segurança! Se o Presidente pensa mandar inspecionar as outras minas em laboração e impor medidas preventivas!
Dou de barato que o Mundo necessita da exploração de uns sucessos para levantar a moral. Mas será necessário este aproveitamento despudorado da desgraça alheia para recuperarmos algum ânimo? Ninguém, audível, denuncia a manipulação?
Abraços e até ao próximo show - numa cadeia, num submarino, numa nave, num sequestro - cada vez mais perto de si!

domingo, 10 de outubro de 2010

Panfleto Antipedagógico


Ricardo Moreno Castillo é professor de Matemática do Ensino Secundário e professor convidado da Universidade Complutense de Madrid.
Publicou um manifesto (Panfleto Antipedagógico), onde ao longo de 55 páginas discorre sobre a sua perspectiva do Ensino em Espanha, (mas que se aplica, sem adaptações, a Portugal) e onde propõe a necessidade de se recuperarem alguns conceitos clássicos da educação e a reformular outros.
O texto será de leitura cativante para todos os professores, mesmo que com ele não concordem na íntegra e será um bom ponto de partida para a restruturação de uma Escola que, começa a ser opinião dominante, sofre de uma visão concetual preconceituosa e perturbadora, que contamina toda a Sociedade.
Em Portugal ideias semelhantes têm sido veículadas por um Movimento que se designa do Anti-Eduquês, cujas caras  mais conhecidas têm sido as de Nuno Crato (curiosamente também um matemático), Guilherme Valente, Carlos Fiolhais, Helena Damião.
A seguir transcrevo alguns extractos do Panfleto, com a sua divisão por capítulos:
"Se trata de la desastrosísima situación que atraviesa la educación en nuestro país.Y urge resolverlo, en primer lugar, porque analfabetizar un país es cosa relativamente fácil, pero volverlo a alfabetizar ya no lo es tanto, y en segundo, porque la cantidad de recursos que se derrochan en mantener la ignorancia de nuestros estudiantes se podrían dedicar a otras cosas más útiles.
Esto no es una broma ni una exageración: nunca ha sido el curso más largo, ni han gastado tanto los alumnos en material escolar, ni la administración en mantener a expertos, equipos, gabinetes y psicólogos que asesoren a estudiantes y profesores, y nunca han sido los conocimientos de los primeros tan ridículos ni el desánimo de los segundos tan grande.
Solo queda por lamentar que una reforma que ha dañado sobre todo a los más desfavorecidos haya sido obra del Partido Socialista.

DEFENSA DE LA MEMORIA Y DE LOS CONTENIDOS
Si de vez en cuando hiciéramos una pausa en nuestra búsqueda de ideas novedosas e innovadoras para escuchar la voz de los pocos sabios que en el mundo han sido, es posible que las cosas fueran mucho mejor.
LA MENTIRA DE LA MOTIVACIÓN
Leer a Virgilio puede ser algo muy hermoso, pero para ello hay que estudiarse primero las declinaciones latinas, uno de las cosas más aburridas del mundo. Entender la física y las matemáticas de un cierto nivel es cosa apasionante, pero a esto no se puede llegar si antes no se han hecho muchos ejercicios rutinarios con fracciones y con el sistema métrico decimal. Estos trabajos tediosos se han de hacer porque lo manda el profesor, no hay más solución, y el oficio del profesor no consiste en ser simpático a los alumnos.
LA FALACIA DE LA IGUALDAD
Jamás hemos estado tan cerca de la igualdad de oportunidades, la única
(además de la igualdad ante la ley) por la que tiene sentido luchar políticamente. Que unos las quieran aprovechar y otros no ya es otra cosa. Pero es un fraude no dar lo mejor a los que sí quieren para no generar desigualdades con los que no quieren.
No olvidemos que las dictaduras son grandes igualadoras.
LA FALSEDAD DE LA ENSEÑANZA OBLIGATORIA
Un muchacho de doce años es ya ingobernable, y si no quiere estudiar, no hay ley de educación obligatoria que pueda conseguir que lo haga. En la enseñanza actual no se puede expulsar a ningún alumno, por mucho que falte al respeto a los profesores o impida el normal aprendizaje de los compañeros.
Es un disparate que no exista formación profesional antes de los dieciséis años cuando la edad mínima para trabajar es, precisamente, la de dieciséis años.
LAS BUENAS INTENCIONES
Soy de la opinión, que no sé si compartirás, de que cuando se trata a alguien como si fuera idiota es muy probable que si no lo es, llegue muy pronto a serlo.(SAVATER)
Puede ser que las buenas intenciones sirvan para salvarse en la otra vida, pero la misión de los educadores es preparar a los chicos para ésta.
LA BUENA EDUCACIÓN
Se habla mucho de la colaboración de padres y profesores, pero lo más importante de esa colaboración se suele callar. Consiste en lo que tienen que hacer los padres antes de que el hijo esté en manos de los profesores.
Como ya apuntamos en más de una ocasión en las líneas que anteceden, la buena educación no es tan sólo lo más importante que se debe enseñar, es la condición indispensable para que pueda enseñarse cualquier otra cosa.
POR QUÉ SE DEBE ESTUDIAR FILOSOFÍA
No se aprende filosofía, se aprende a filosofar.(Kant)
Pero los griegos, además, reflexionaron sobre la amistad y el amor, la paz y la
guerra, el valor y la cobardía. Esto es, los griegos no sólo hacían cosas, sino que también reflexionaban sobre las cosas que hacían.
La ciencia y la técnica por sí solas no significan progreso si no están acompañadas por un pensamiento que marque sus límites y explore sus posibilidades más humanas.
POR QUÉ NO SE DEBE ESTUDIAR RELIGIÓN EN LA ESCUELA PÚBLICA
Un Estado laico no es un enemigo de la religión; es un Estado que, para resguardar la libertad de los ciudadanos, ha desviado la práctica religiosa de la esfera pública al ámbito que le corresponde, que es el de la vida privada. Porque cuando la religión y el Estado se confunden, irremisiblemente desaparece la libertad.(VARGAS LOSA)
 Aos interessados boa leitura no link do início!

VIDRO ESTILHAÇADO

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Filme de 2003 (Shattered Glass - Verdade ou Mentira), conta-nos uma história real de um jornalista de uma publicação de referência nos meios políticos de Washington (Stephen Glass, jornalista 1995-1998, no New Repulic), que ficcionava os seus artigos, inventando factos, personagens e locais, conseguindo entretanto uma grande popularidade, dada a curiosidade das suas histórias e a sua atitude solidária e divertida.
Conseguindo sempre iludir  a confirmação das fontes, mesmo depois de se levantarem sérias suspeitas sobre o seu método, tenta resistir falsificando contactos, forjando sites, manipulando os colegas.
Agarrado doentiamente ao seu lugar, é o retrato dum sociopata manipulador, desligado da realidade, da consequência dos seus actos e de qualquer réstia de arrependimento.
Personagem muito parecida ao  Talentoso Mister Ripley (história de Patricia Highsmith, levada ao cima em 1999 por A. Minghella, com Matt Damon fabuloso na personagem), faz-me também lembrar uma personalidade nacional, que depois de ter forjado o seu curso, fazer desaparecer um primo numa escola de Kung Fu na China, negar sistematicamente a realidade durante anos, eliminado jornalistas incómodos, continua seráficamente a reclamar-se imaculado e a conseguir enganar meio mundo.
O que o filme nos mostra é o abismo que vai de um jornal de referência ao panorama atual da nossa imprensa, em que mais de metade das notícias são ditadas dos gabinetes de relações públicas dos Ministérios e empresas, em que a confirmação de fontes não existe e que até os jornalistas dos melhores jornais deixaram de saber escrever uma notícia ( Há dias um título do Público anunciava que "as reduções na função pública iam variar entre 50 e mais de 420 euros" - e porque não 50 e mais de 55?).
Filme competente, duma história, ao contrário da nossa, em que os sérios acabam por vencer.
Mas atenção, na vida real, Stephen Glass tirou um curso de Direito e tem um bem sucedido escritório de advocacia em New York (além de ter pubicado com grande êxito um livro com a sua versão dos acontecimentos).
Um sociopata nunca desiste e nós temos bem experiência disso...

sábado, 9 de outubro de 2010

FUNCIONÁRIO PÚBLICO




Quando as pessoas falam de funcionário público, não se estão a referir ao médico que as consultou na semana anterior, à professora dos seus filhos, ao arquiteto que desenhou a praceta onde vivem ou ao veterinário que inspecionou a vitela para abater, que justamente lhe está a saber tão bem.
Isto independentemente de terem ficado satisfeitas com o trabalho destes profissionais - o que têm é a noção é que estes técnicos desenvolvem uma atividade útil e indispensável ao funcionamento da sociedade, tal como a entendemos, e que sem eles viveríamos noutro paradigma social.
Não, quando se fala do funcionário público, está-se a pensar no funcionário administrativo, aquele que recusou a consulta porque o cartão não estava em dia, que obrigou a preencher inúteis e inúmeros formulários, para a tramitação de qualquer processo, que não sabe justificar a razão de tantos procedimentos e que lá no fundo parece secretamente feliz por infernizar a vida aos seus concidadãos.
Funcionalismo Público, nas sinapses cerebrais, linka com "O Processo" de Kafka, para quem o leu e com "burocracia" para as pessoas em geral.
E a burocracia é uma realidade duplamente dispendiosa para uma sociedade: porque obriga em si a uma estrutura de recursos humanos, espaços físicos e despesas correntes (consumíveis,serviços,etc.) pesada e tendencialmente ilimitada, como gera custos de funcionamento social incalculáveis (atrasos, corrupção, concorrência desleal, consultoria, dificuldade de planificação, etc.).
E há ainda outro efeito preverso, poucas vezes falado, da burocracia (ou "funcionalismo público") - é a contaminação das tais actividades produtivas que o Estado desenvolve a bem de todos, pelo espírito de F.P.( curiosamente as iniciais dão tanto para Funcionário Público, como para Filho da Puta - escolham voçês o significante que mais vos aprouver).
E assim há médicos, enfermeiros, professores, engenheiros, economistas, arquitectos, varredores, calceteiros, agrónomos, jardineiros, que se tornaram verdadeiros F.P..
E esse será talvez o mais pernicioso dos efeitos - até porque são estes que dentro de uma estrutura altamente burocratizada têm tendência a ser mais bem sucedidos e a impor a sua perspectiva.
Perguntar-se-á, mas toda a actividade burocrática é inútil?
Não toda (aliás na sua essência é muito importante, porque permitiria o funcionamento sem sobressaltos da actividade assistencial), mas a partir dos mínimos indispensáveis, não só é inútil como estorva. Todos: os que trabalham para o Estado e os que é suposto usufruirem desse trabalho.
Quando se fala em encolher e diminuir os custos com o Estado, que julgo será um desejo quase universal, não estão os cidadãos a pensar ter menos professores, menos jardins, menos acesso à saúde ou à justiça. Sonham, penso eu, ver o Estado reduzido à sua função mais nobre e essencial, a deixar de invadir o privado de cada um para controlar e esbulhar, para complicar e emperrar. Um Estado menos burocrático e mais proximo das necessidades coletivas. E terão razão? Haverá ganhos significativos nessa Reforma? Creio que sim!
Tomemos um hospital: o aumento dos custos em recursos humanos nos últimos 15 anos foram enormes! A atividade assistencial também aumentou, mas se formos analisar para onde se canalisaram esses recursos , veremos que não foram nos operacionais (médicos,enfermeiros, alguns outros técnicos), mas numa caterva de atividades acessórias de controle, organização, planificação e atrapalhação em geral. Aumentaram o número de Administradores, de gestores de uma infinidade de níveis intermédios, que não param de se multiplicar, criaram-se gabinetes de apoio ao utente, de relações públicas, de estatística, jurídicos, serviços informáticos faraónicos, contratos de out sourcing sem tecto, para apoio a todas estas áreas entretanto criadas -  criou-se o monstro kafkiano. Pela contaminação da estrutura pelo espírito FP, mas também para servir como centro de emprego para as clientelas partidárias e dos caciques locais. Nenhum destes lugares foi ocupado por concurso público e até mesmo os médicos que até à meia dúzia de anos eram exclusivamente colocados por Concurso com provas públicas, passaram a sê-lo por convite e com condições contratuais (e portanto também remuneratórias), sem qualquer padrão.
O que faria você? Iniciava convicta e persistentemente um processo de regeneração do Sistema - a Reforma, com resultados que nalguns casos seriam imediatos, mas noutros demorariam anos? E se não vacilasse, ao fim de um mandato governativo teria um tecido mais são, mais produtivo, mais eficaz e menos caro.
Ou então, deixava tudo na mesma e reduzia o salário a todos os que trabalhassem para o Estado. Conseguiria dessa forma a mesma poupança, mas o que aconteceria à produtividade e eficácia? Os técnicos operacionais, aqueles que desenvolvem a actividade que tanto jeito lhe dá, sentir-se-ão desmotivados, traídos e injustiçados e terão a tentação de aderir ao espírito FP. Dessa forma a qualidade e a capacidade de resposta do Estado, diminuirá e entrará numa espiral de desagregação cada vez mais sem retorno. Será o trajecto anunciado do "barco a caminho do fundo".
E você perceberá então que foi enganado (porque chegou a entusiasmar-se com a ideia dos cortes cegos nos salários da FP - era a sua hora de vingança, compreende-se!), que viver numa sociedade sem capacidade para cuidar da saúde dos seus cidadãos, educar as suas crianças, planear as suas cidades, não era propriamente o seu sonho (e não falo nunca da Justiça, nem da Defesa, porque no primeiro caso, acho que já atingiu esse estado de falência, que desejo não se venha a estender aos outros setores e na Defesa, a Reforma consistiria precisamente em reduzir drásticamente os recursos, às reais necessidades do País).
Então reaja já! Não embarque nas receitas cegas e imediatistas dos mesmos que nos trouxeram até aqui! Não se deixe chantagear, com esse novo slogan bacôco da Ditadura dos Mercados Soberanos.

Sejamos por uma vez senhores do nosso destino! Antes que nos ocupem a jangada!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Leste do Paraíso



Refiro-me ao filme ( Elia Kazan, 1955) e não à nossa situação coletiva atual.
Há dias, páro algures num zapping na tv e deixo-me ficar a ver apesar do sono e do adiantado da hora.
Porque será que há filmes com este poder de nos deter e retirar do tempo?
O grande segredo está no ritmo da montagem, penso eu, que não é forçado, nem programado, antes respira naturalmente, transmitindo-nos uma sensação de conforto e empatia! Aí detemo-nos! Depois tem tudo o resto: uma direção de atores fantástica, personagens bem caracterizadas, inequívocas, uma história que sabe o que quer dizer, sem relativismos, nem ambiguidades.
Isto não quer dizer que haja uma visão maniqueísta da realidade, com os bons dum lado e os maus do outro.
A personagem interpretada por James Dean (Cal) é um de dois irmãos criados com um pai, cidadão exemplar e emprendedor, educador dedicado, que os filhos crêem ter enviuvado na sua infância.
Cal sente-se pouco amado e empenha-se em conquistar o seu amor e admiração. Entretanto descobre que a sua mãe está afinal viva e é uma bem sucedida meretriz! Faz um pacto com ela para ajudar financeiramente o pai, mas não vê os seus esforços reconhecidos por este, que se escuda numa intransigência puritana. Mas o pai após uma trombose, consegue redimir-se aos olhos do filho mais rebelde e criativo, retribuindo-lhe o seu amor.
Percebe-se neste argumento explicitamente Freudiano que o pai rejeitava Cal por associar a sua personalidade à da sua ex-mulher, a quem ele nunca perdoaria o abandono e a vergonha. Mas o que não há, neste argumento inspirado num romance homónimo de John Steinbeck de 1952, é relativismos nem nilismos morais. O autor sabe quem são, para ele, os bons e os maus e isso dá conforto, permite-nos concordar ou discordar, mesmo sabendo que estamos a Leste do Paraíso.
James Dean, rodaria ainda neste ano, que foi também o da sua morte, com 24 anos, o icónico Rebel Without a Cause ( Fúria de Viver) sob a direcção de Nicholas Ray.
Estes filmes a mim deixam-me descansado - parece que tudo está no seu lugar, o Mundo apesar de não se parecer com o Paraíso é um sítio que se conhece e domina!
Será por isso que lhes chamamos "Clássicos"?
Os Pós Modernos só vieram semear angústia ...

Quincas Berro de Água!



Do que terei lido do Jorge Amado, há dois livros que me ficaram: Os Capitães da Areia e O Quincas Berro de Água!
Os Capitães é um livro ao mesmo tempo terno e violento, sobre as crianças sem abrigo, expostas a todos os perigos, obrigadas a todas as habilidades para sobreviver. Muito anterior ao políticamente correto sobre a violência infantil, escapa assim aos lugares comuns contemporâneos, não sendo por isso menos lúcido e pertinente, bem pelo contrário!
O Quincas é outra colheita. Livro meio surreal, divertido e provocador, conta a história de um respeitável funcionário que abandona um quotidiano certo e sem imprevistos e se entrega à maior libertinagem, às companhias menos recomendáveis, a uma vida depravada e divertida, regada a álcool e desatino.
O nome veio-lhe do berro que deu, quando inadvertidamente levou à boca um copo que não era de cachaça ...
Vem isto a propósito de me ter cruzado de novo com esta história, agora em filme (produção de 2010). (Edição imaculada, comprada à vadiagem da candonga por 1,5 €).
A acção decorre no aniversário do Quincas, quando os seus amigos - poetas falhados, putas, bêbados, visionários, lhe preparavam uma festa surpresa e ele resolve surpreendê-los com a sua morte. Desfeitas destas não se fazem e os amigos não se ficam - e aí começa uma noite alucinante com o morto a correr todos os botecos, bordéis, terreiros de santa e mais que tais de S. Salvador. Isto depois de ter sido adequadamente furtado ao velório e com a família e a polícia no encalço.
O filme mantém o registo do livro, aproveita os diálogos mais perspicazes e engraçados, caracteriza bem as personagens.
Além disso trouxe-me à memória uma semana passada em S.Salvador, naquele cenário do Pelourinho, elevador Lacerda e porto de mar. E uma noite num Terreiro de Candomblé na favela do Morro do Engenho Velho, com uma opulenta mãe de santo e os seus acólitos de aspecto intimidatório, a oficiarem transes e alucinações, sacrifícios animais e danças de possessão, num ambiente infernal de batuques polirritmicos e inebriantes, como os odores que se libertavam da salinha privada ao fundo do redondel!
O filme recomenda-se pois, como o livro e como uma ida a S.Salvador da Baía, quanto mais não seja para um mergulho na praia de Itapoã, com a música de Caetano a ressoar! http://www.vagalume.com.br/caetano-veloso/letras/
Nem só de coisas sérias podemos viver!
(se quiser saber mais sobre o filme)

A Matrioska dos Problemas



O pecado original foi há muito tempo!
Desde aí cada problema enxerta-se em outro anterior que ficou por resolver!
Haverá mesmo uma escala de valores - uns serão mais importantes que outros, alguns estarão na origem de muitos outros.
Não valerá a pena tentar superar uma crise sem perceber o que lhe está subjacente e ir aí, à origem, encontrar soluções para progredir.
Tenho há muito, que um desses problemas seminais da nossa sociedade é a regressão demográfica que prevalece na Europa e na qual curiosamente Portugal, em menos de uma década,  passou a ocupar um lugar destacado na frente do pelotão suicidário.
Para estabilizar a população do País, seria necessário que nascessem, em média, 2,3 crianças por cada mulher.  Ora esse rácio anda, salvo erro, pelos 1,8.
O que quer dizer que estamos em plena contração populacional, que poderia ser compensada por um incremento na imigração, o que no actual estado das coisas não parece muito provável ( exceto, dada a nossa baixa atratividade, para populações muito pouco qualificadas - o que por si já seria outro problema).
É fácil perceber que não se renovando a população não há PIB que cresça, não há capacidade de manter o nível de reformas à população, não há inovação, em resumo teremos uma sociedade que irá definhando inevitavelmente.
Compete a um líder perceber isto antes dos outros e balizar as decisões transversais da sua política, no sentido da regeneração da situação, com metas que têm de ter o alcance de décadas.
As medidas de apoio à natalidade são o que de mais elementar se pode fazer neste âmbito e serão tanto mais eficazes quanto mais estruturantes e significativas forem. Subsídios por nascimento, darão uma ajuda, mas são o exemplo do discernimento limitado que os nossos políticos têm sobre a sociedade - principalmente se forem meras ações de propaganda como a anunciada pelo primeiro ministro no início do ano, sobre a constituição de uma conta por cada recém nascido, para utilizar aos 18 anos (!?). Mas o mesmo "senhor" que já esqueceu a promessa, vem agora retirar o abono de família aos agregados com rendimentos superiores a 600 euros.
Provávelmente esta promessa não cairá no esquecimento e é pena. Porque é precisamente à revelia do que seria uma política iluminada de procura de soluções para a crise - e vem precisamente agravar o problema donde saiu, qual boneca russa, o problema da crise actual.
Ter um boneco por líder, neste caso um sempre-em-pé, não nos ajuda infelizmente em nada, o deslindar das sucessivas camadas da nossa Matrioska Orçamental - só vê a aparência exterior e mesmo assim, só depois de lha enfiarem pelo nariz adentro.

sábado, 2 de outubro de 2010

Talvez um Cyborg!



Já deu para perceber pelo esganiçar das vozes no PSD, que lhes vão faltar os tomates! Quando chegar o momento, lá irão ao sacrifício.
Do lado do PS é evidente que as funções mais nobres do cérebro foram desactivadas - foram ouvir a cassete ao Rato e andam a debitá-la sem vergonha.
E Portugueses, com cérebro e tomates,ainda há alguns?
Curiosamente dei comigo há dias, a mandar uma mensagem, em que sugeria passarmos à acção directa. Ontem o Luís Januário no seu blogue ( A natureza do mal ) arregimentava amigos para uma oficina de cocktails Molotov. Perigosas coincidências ...
Nestas alturas costumam ser convocados os tecnocratas - da última vez, convenhamos que sem grande sucesso, o Nobre da Costa, o Mota Pinto, a Pintassilgo.
Desta vez, talvez pudessemos dispensar estas aves e montávamos um Cyborgue com a colaboração do MIT - Cérebro Magalhães, look "homem da Regisconta", ausência de sentido crítico e ... tomates pelados! Não, esta experiência já está em curso e o resultado foi desastrado!
Então talvez, um homem comum - honesto, inteligente, humilde e determinado.
Alguém o quereria?