ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? NÃO SE PÁRAS ESTÁS PERDIDO! Goethe

- ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? - NÃO, SE PÁRAS, ESTÁS PERDIDO! Goethe



quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Inverno do meu entusiasmo!

A espuma dos dias está-se a trasformar numa torrente de lama e eu a ficar submerso pelo aluvião!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

NUM FUTURO NÃO MUITO DISTANTE

(Descrição de um sonho!)

A cena passa-se numa praça de uma cidade de aparência caótica - restos de lixo nos passeios, diversos focos de fumo a empestar o ar, jardins mal cuidados invadidos pelo estacionamento.
O que aparece como um comité de uma junta de indignados, julga sumariamente altos responsáveis políticos do poder cessante.
Antes do veridicto final, é dada oportunidade de defesa a uma personagem desengonçada e desesperada, dentro de um fato desalinhado (ex-primeiro ministro?, ex-ministro das finanças?).
E o único argumento que consegue alinhavar, face a uma provável execução, é a mesma a que todos os invertebrados recorreram ao longo da história:
- Mas eu estava a cumprir ordens ...!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

"The 1% has destroyed this nation and its values through their greed. The 1% has stolen this world. We will not allow this to occur."




(Imagens de Wall Street hoje)

O apocalise não é final!
Que se está a desenvolver um movimento revolucionário a nível do Mundo Ocidental, não restam dúvidas.
Que nunca foi quando se andava de barriga cheia que se mudou o Mundo, já sabíamos!

Agências de rafting





O governo numa atitude de bom senso e poupança, acaba de substituir os contratos que tinha com as agências de rating, em monitorização da evolução do país, por agências de rafting.
A medida foi encarada com entusiasmo pela troika, já que como nos encontrávamos apenas a um nível de lixo (BBB), poucas novidades (e pouco interessantes) seriam esperadas dos relatórios dos analistas financeiros.
Além disso os agentes de rafting agora contratados, apresentam um score mais facilmente interpretado pela população do país.
Tendo entrado diretamente para o nível VI da tabela de risco de rafting, a grande dúvida é se o rápido acaba em cascata (nesse caso, pode-nos valer um paraquedas) ou se nos estampamos antes.

Anexo: Tabela Internacional de rating das agências de rafting
Nível I: Áreas com pedras muito pequenas; requer poucas manobras.
Nível II: Algumas águas agitadas, talvez algumas rochas; pode exigir manobras.
Nível III: Ondas pequenas, talvez uma pequena queda, mas sem perigo. Pode requerer habilidade de manobra significativa.
Nível IV: Ondas médias, presença de poucas pedras, com quedas consideráveis; manobras mais difíceis podem ser necessárias.
Nível V: Grandes ondas, possibilidade de grandes rochas, possibilidade de grandes quedas, há riscos e exige manobras precisas.
Nível VI: Corredeiras extremamente perigosas, pedras e ondas enormes. O impacto da água pode até causar estragos no equipamento. O nível VI é extremamente perigoso, pode machucar seriamente os praticantes ou até levá-los à morte. Completar esse percurso exige muita habilidade.

Subservientes não é o mesmo que bons alunos!



Talvez por ter sido sempre um bom aluno e verificar que a generalidade dos nossos políticos nunca o foi, irrita-me o lugar comum que se estabeleceu na comunicação social de que Portugal apostou face aos seus credores numa atitude de "bom aluno" e que tal poderá vir a render no futuro.
Na verdade começo logo por não perceber o que um endividado tem de parecido com um estudante. Mas mesmo forçando a comparação, um aluno que só começa a estudar quando está ameaçado de chumbar, nunca poderia ser chamado de bom. É aliás o paradigma do mau aluno e o facto dos nossos notáveis não perceberem isso diz tudo do seu percurso escolar e dos seus padrões de comportamento.
Fazer directas (leia-se, aumentar impostos), tomar estimulantes (leia-se, receitas extraordinárias), pedir adiamentos de exames ("novos pacotes de apoio"), dá às vezes para passar à rasquinha, mas não augura grande futuro para o estudante.
A atitude que o País assumiu face à Europa e aos seus credores é a de aparecer de corda ao pescoço, disposto ao que for necessário para salvar a honra e se possível a pele.
Essa atitude não tem nada de original, é um truque antigo e chama-se "postura à Egas Moniz".
No caso dos cães que se enroscam subservientes nos pés dos donos, quando se sentem ameaçados duma sova, às vezes resulta - quando os donos são sensíveis e tolerantes!
( D.Afonso VI de Castela perdoou a Egas Moniz este tê-lo intrujado, aquando do cerco de Guimarães, quando lhe prometeu a submissão dee D.Afonso Henriques, sem ter obtido previamente a sua anuência! Apesar de ter ficado para a história como um tolerante, prestou um mau serviço a Portugal, que continuamos a pagar quase 900 anos depois!)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Lavoisier



Há uma lei da termo dinâmica que diz que "nada se perde, tudo se tranforma" ("In Nature nothing is gained, nothing is lost, everything is transformed")
E embora seja uma velha discussão científica - a de que as leis das ciências naturais, não se aplicam às sociais - estou em crer que esta lei também se aplica à economia.
E se estamos quase todos a perder economicamente, isto quer para mim dizer que há alguns que estão a ganhar!
E ontem ao ver José Luís Arnaut num "debate" televisivo, pela sua cara, pelo seu discurso, tive a premonição que era dos que estava a ganhar!
Quando a roleta parar, o fosso social vai estar mais fundo!

O estado da Jarra

Praticamente há dois meses que parei a minha modesta actividade bloguista e embora as férias tenham ajudado, a razão principal do meu estado de inanição teve a ver com a perplexidade que o novo rumo da vida política e social nacional me causou.
Estou nos antípodas da mentalidade dominante que tem orientado o país nos últimos anos - sou avesso a consumismos, não me dislumbro com a novidade, gosto de maturar uma ideia antes de actuar, cultivo a prudência, odeio os lugares comuns, não aceito acriticamente as ditaduras das maiorias.
O estado de penúria em que se encontra o país, de dinheiro, mas também de princípios, foi em parte o móbil que me levou a criar este blog, numa altura em que o ambiente já me parecia asfixiante e eu sentia necessidade de uma janela aberta para respirar.
A "crise" que vive o país, é apenas o início de uma descida aos infernos, que ainda não chegou ao purgatório. E o que me levou a voltar agora à escrita foi um post da "ana de amsterdão" que lucidamente diz que "ainda muitas rotundas se farão em Portugal" (pode linkar na lista de blogs).
E é por ver os mesmos que nos trouxeram aqui, a mesma mentalidade, a mesma falta de visão, a mesma mediocricidade, agora adaptados "à nova realidade", com "novos" designíos, que eu me assusto ainda mais!
Pensando bem, não poderia ser de outra maneira, que nem nas revoluções as coisas mudam por magia, mas há outras pessoas neste país, mais clarividentes, menos corruptas, mais imaginativas, que continuam afastadas dos centros de decisão e poderiam promover novos paradigmas de sociedade.
Mas a sociedade do espectáculo aposta nos "originais", nos messias mirabolantes e as pessoas felizes, com vidas estáveis, sem vontade de "dar o corpo pela alma", estão arredadas da ribalta.
A grande diferença das sociedades nórdicas da nossa, ou melhor, onde essa diferença mais se consubstancia, é no facto dos políticos, dos directores dos organismos públicos, dos decisores, serem pessoas "normais", de andarem de transporte publico, irem ao supermercado, terem famílas para onde voltam ao fim do dia.
(Intrepretem como quiserem, mas eis uma sugestão para tese de sociologia: faça-se uma estatística de quantos "influentes" portugueses têm hábitos comuns - comem regularmente em casa, têm filhos e convivem diariamente com eles, fazem as compras de casa, etc.)
Eis porque o estado da Jarra passou de pensativa a estupefacta - como se no hardwear social obsoleto tivesse sido introduzido um novo softwear, que com o tempo se virá  a revelar incompatível.
Sociopoliticamente falando vivemos tempos bons, porque cada dia que passar se encarregará de nos lembrar que no dia seguinte estaremos ainda pior!