ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? NÃO SE PÁRAS ESTÁS PERDIDO! Goethe

- ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? - NÃO, SE PÁRAS, ESTÁS PERDIDO! Goethe



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Uma questão de decência!

Passei agora por um cadáver à porta da morgue e ocorreu-me brincar com a empregada que o transportava.
O respeito pela morte, apesar de o falecido não se incomodar já com nada e ser para nós um desconhecido, fez-me, muito apropriadamente, estar calado.
É por uma inibição idêntica que cada vez sinto ser menos oportuno falar ou discutir sobre a situação de Portugal.
Fico perplexo com a falta de respeito dos políticos e comentadores que discutem animadamente sobre o assunto! Ponham ao menos um ar grave e pesaroso - é tudo o que me ocorre dizer!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Maus exemplos!



Na vida pública (e mesmo na privada) a questão dos exemplos e da consequente autoridade moral são fundamentais para se alcaçarem os objetivos.
O facto do governo ter encomendado por ajuste direto uma edição luxuosa do seu programa, a custar 120 euros o exemplar não teria qualquer relevância em si, não fosse o estímulo que constitui a todos os presidentes de CA de EPEs, diretores gerais, comissários de todo o tipo, de se sentirem no direito, senão na obrigação, de fazer o mesmo.
Se quando se passa a viajar em económica ou a dispensar gravata é o efeito de contágio e replicação que se pretende, ao tomar atitudes como esta não se podem ignorar as esperadas consequências!
Quando a realidade começa a não ser favorável, a tentação da propaganda parece ser irresistível!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Já sonho com a Primavera ou para memória futura - uma bela ideia para a minha casa!



Um povo de desenrascados!

O presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz, comenta que " Passos Coelho apelou ao Governo angolano que invista mais em Portugal, porque Angola tem muito dinheiro. Esse é o futuro de Portugal: o declínio, também um perigo social para as pessoas, se não compreendermos que, economicamente, e sobretudo com o nosso modelo democrático, estável, em conjugação com a nossa estabilidade económica, só teremos hipóteses no quadro da União Europeia”.
E ainda " o presidente dos democratas europeus referiu-se ao contraste entre os modelos de desenvolvimento europeu e chinês, afirmando que este assenta numa “sociedade esclavagista, sem direitos, numa ditadura que oprime implacavelmente o ser humano”.

Isto a propósito de um post de há alguns dias - e não adianta virem os piegas dos eurodeputados portugueses protestar sobre as declarações do seu presidente - é assim que ele pensa e representa seguramente o pensar de grande parte dos cidadãos europeus.
Andamos a pisar terreno traiçoeiro e sobre estas Relvas escorregadias o pior que podemos fazer é sermos alunos certinhos (acéfalos, acríticos) armados em Chico-espertos!

PS - acrescento "a posteriori" uma ligação para uma opinião que partiho totalmente, sobre este mesmo assunto!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ignorância ou excesso de confiança!

"Admiro" a "coragem" do governo em suspender o gozo do Carnaval em Portugal!
Que há nitidamente um espírito punitivo subjacente à política socio económica, ficou agora evidente!
Quanto aos números: representando cada dia de trabalho 0,408% do PIB (contas do governo), será que com a suspensação de cinco feriados mais 3 dias de férias, obteremos por essa via um ganho direto de 3,2% do PIB?
Como a propósito lembrou Pedro Lains, estou a precisar de um pastel de nata ...
Sinto que estou a ser demasiado piegas, mas não tenho emenda "sou uma pessoa muito ligada às velhas tradições"!

Quanto à exigência que se pede aos portugueses lanço aqui um Quiz:

1) Quem é que acabou o curso aos 37 e só começou a trabalhar depois dos 40?
2) E conseguiu pouco a seguir colocação num cargo de topo da administração pública?
3) E conta logo que termine esta comissão de serviço, um lugar de topo numa empresa privada, eventualmente recentemente privatizada (claro que o Estado não interfere nas nomeações das empresas privadas!)
4) Como consegue um conservador, ridicularizar um povo por gostar de tradições!
5) Até quando um povo manterá a passividade, porque está arreigado a uma tradição de ser pacífico e tolerante?

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

QUE PELIGO!

Confirma-se que 25% da REN (rede eletlica nacional) passou a pertencer à empresa estatal chinesa State Grid.
Agradecia que o sr. explicador do governo, viesse justificar esta nacionalização duma empresa estratégica, pelo mesmo país que já tinha nacionalizado a eletlica nacional (que tinha sido obrigada a separar-se da REN por necessidade de acautelar a liberdade de concorrência e prevenir o monopólio).
Tenho para mim que neste momento corremos mais risco de sermos expulsos da Europa, por nos termos tornado um cavalo de Tróia chinês, que pelo montante do nosso déficite.

Queridos governantes: Abram os olhos e sejam humildes!

Bradford DeLong, Professor na Universidade da Califórnia em Berkeley e antigo subsecretário do Tesouro dos EUA, escreve isto aqui:
(...)
" Compare-se esta abordagem com a actual política de expansão através da austeridade praticada pelo governo do primeiro-ministro britânico, David Cameron (com o Ministro das Finanças, George Osborne, como chefe da claque). O PIB real do país estagnou e existem fortes probabilidades de que o PIB real britânico caia novamente.

De facto, em menos de um ano, se as actuais previsões estiverem corretas, a Depressão da Grã-Bretanha de Cameron-Osborne não será simplesmente a pior depressão na Grã-Bretanha desde a Grande Depressão, será provavelmente a pior depressão que a Grã-Bretanha já conheceu. (...)

O fracasso da austeridade expansionista na Grã-Bretanha deve dar a todos os seus defensores a nível mundial razões para reflectir e repensar os seus cálculos políticos. A Grã-Bretanha é uma economia altamente aberta com uma taxa de câmbio flexível e com alguma margem para flexibilização monetária adicional.  (...)

Se é que alguma vez existiu um país onde a austeridade expansionista devia funcionar bem – onde o investimento privado e as exportações deveriam aumentar à medida que compras governamentais desciam, confirmando a visão que os seus defensores têm do mundo – esse país devia ser a Grã-Bretanha de hoje.

Mas a Grã-Bretanha de hoje não é esse país. E se a austeridade expansionista não está a funcionar na Grã-Bretanha, como poderá funcionar em países que são menos abertos, que não podem usar o canal da taxa de câmbio para aumentar as exportações e que não dispõem da confiança a longo prazo que os investidores e as empresas têm na Grã-Bretanha?
(...)
Responsáveis políticos de outros países do mundo, tomem nota: passar fome não é o caminho para a saúde e aumentar o desemprego não é uma fórmula para ter a confiança do mercado."