ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? NÃO SE PÁRAS ESTÁS PERDIDO! Goethe

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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A perda de poder de compra do funcionário público



Raramente no espaço público, alguém se dá ao trabalho de explicar, muito devagar, como a classe média e média alta tem vindo a ser proletarizada nos últimos anos em Portugal.
estudos que o detalham, mas explicado com umas contas simples de merceeiro, percebe-se melhor!
Antes convém não esquecer, que a maioria dos quadros com diferenciação intelectual superior são em Portugal funcionários públicos (fp) ou equiparados, em virtude do modelo de organização social e económica do país.
Comparar com outros países os níveis de salários dos "funcionários" versus "privados", pode pois não fazer o mínimo sentido, Só como exemplo, em países como a França ou a Bélgica, em que a saúde também é maioritariamente suportada pelo Estado, os profissionais da área - médicos, enfermeiros e outros quadros superiores, são ou independentes ou assalariados de empresas privadas que convencionam os serviços com o estado, o que altera completamente a comparação. O mesmo se aplica à área da educação, etc.

Vamos então a contas:
Comecemos com um salário indice (SI) de 100 (em paridade de poder de compra- ppc)
1 - Desde 2010 que os fp não vêm os seus vencimentos atualizados.
Considerando a inflação em 2010/2012 respetivamente de 2,5, 3,6 e 1,9, temos aí uma desvalorização de 8,1% do salário. SI reduzido a 91,9(ppc)
2 - Depois com a aplicação da redução entre 3,5 a 10% ás retribuições da FP (superiores a 1500€) e considerando neste exemplo um quadro superior em que a redução é de 10% (total da remuneração bruta mensal de 4200) o SI fica reduzido a 91,9 menos 10%, isto é 82,7.
3 - Mas como este trabalhador teve ainda o infortúnio de lhe ter sido retirado o subsídio de férias, o que equivale a 7,14% do seu salário anual, fica desta feita reduzido o seu SI a 76,8.
Assim temos que ainda antes de começar a pagar imposto, já teve uma contração de 23,2 do seu rendimento do trabalho ( isto simplificando, pois alguns dos seus ganhos suplementares como pagamento de horas incómodas e horas extra tiveram cortes que atingiram os 75%).
4 - Agora vejamos quanto vai pagar de impostos sobre o que lhe resta:

Em 2013, pagará de acordo com o rendimento, o seguinte IRS:
    rendim. até           %  sobretaxa   +           tx solid.       Total 

7000 14,53,5 18
20000 28,5 3,5 32
40000 37 3,5 40,5
80000 45 3,5 48,5
               »8000048 3,5 2,5 54
Portanto o nosso exemplo irá pagar entre 48,5 a 54% de IRS (conforme ganhe acima de 2857 ou 5714 euros brutos por mês). Para que não haja demagogia nas contas a taxa média para o escalão 40 a 80000 é de 37,65+3,5= 41,15% e para o seguinte naturalmente superior, pelo menos nos 2,5% da taxa de solidariedade. Mas os rendimentos marginais são os da tabela ...
Consideremos pois para efeitos de cálculo um valor 43,65%, embora não possamos esquecer que tudo que este trabalhador ganhar acima disto (umas aulas como convidado, um parecer ou um projeto) será taxado a 54%.
Falta ainda acrescentar os seus descontos obrigatórios para a CGA (11%), que este ano, muito importante, incidem sobre a totalidade dos proventos  e Adse (1,5%).
Temos portanto um total de encargos para o Estado de 43,65 de irs (54 para os rendimentos marginais)+ 11(cga)+1,5(adse)=56,15%.
Então com a aplicação de impostos e taxas temos o IS que estava em 76,8, amputado em mais 56,15%, ficando o SI em 33,6. ( O tal rendimento acima de 80 000 estará por esta altura em 25,9% - a mesma taxa de confisco de 75% que em França quando anunciada para rendimentos anuais superiores a 1 milhão de euros, levou Depardieu a tornar-se russo - o azar é que os médicos, juízes, professores portugueses não podem emigrar para Andorra!)
Portanto, aquele quadro superior que aparentemente até é bem remunerado, só leva para casa cerca de um terço do que supostamente deveria ganhar. De qualquer provento extra fica-lhe um quarto!
E é com esse remanescente, que tal como os outros seus concidadãos, ainda vai pagar iva de 23% sobre tudo que consumir,  IMI sobre a casa que comprou, taxas moderadoras, portagens, IUC, propinas, etc.
Acha que ainda resta algum entusiasmo a este privilegiado!?
O que lhe sugere?



quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

BOA LEMBRANÇA!




“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique.
Tudo o resto é publicidade”
George Orwell

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Um banqueiro a primeiro?

Escrevia eu em Setembro de 2012:

"Que saída nos resta então?
Não fora o azar perseguir este povo (soa bem!?), poderia haver a solução presidencial.
Uma espécie de suspensão da democracia preconizada pela MFL, com um senador respeitado e experiente a conduzir os destinos do país, por um período que permitisse à sociedade renovar os partidos, refletir sobre o sistema, enquanto atravessássemos a tormenta da crise, liderados por alguém sem vaidades, nem favores para satisfazer.
Parece idílico? Talvez, mas a Itália está a fazer este percurso, com aparente sucesso.
Mas nós com a múmia a ocupar a cadeira presidencial, temos poucas hipóteses de tal vir a acontecer!"

Será que com o delay próprio das múmias a coisa está para acontecer?