A história é conhecida - o Governo Regional dos Açores encomendou ao Estaleiro Nacional de Viana do Castelo um ferry-boat de luxo, por um valor de 46 milhões de Euros. Em plena campanha eleitoral regional, resolveram utilizar o assunto como espanta-tolos e decidiram recusar o navio, sob o argumento de que a velocidade de ponta contratada era de 18 nós e a velocidade atingida não ultrapassava os 16,5 (apesar dos estaleiros argumentarem que essa redução se devia a alterações ao projeto, acrescentadas à posteriori!).
Vai daí e como já tinham sido adiantados 33 milhões, mais multas e compensações, o Governo Açoreano apresentou-se como credor de 40 milhões aos ENVC.
E desde aí o fantástico Atlântida está encostado numa doca de Viana, com uns custos de manutenção anuais de 500 000€, à espera de quem o queira. Entretanto os açoreanos utilizam uma sucata flutuante em fim de vida, de nome Santorini, alugado a um armador grego, com custos, dizem, superiores aos do encargo da compra.
Tudo isto se passa entre um Governo Regional que come opiperamente à mesa do Orçamento Nacional e uma empresa pública, que acumula deficites para esse mesmo Orçamento e a que não conseguir solucionar o caso, falirá inevitavelmente.
Os ENVC são o maior empregador do Distrito de Viana e o seu encerramento constituirá uma catástrofe social e económica para a região, à beira da qual as cheias da Madeira não passam de cenário cinematográfico. Contudo aqui não funcionou a extraordinária solidariedade nacional que tanto costuma entusiasmar os portugueses.
E agora aparece o amigo Venezuelano disposto a comprar em saldo - 35 milhões de euros, o navio para fomentar o turismo insular para a ilha Marguerita. A diferença será paga por nós, contribuintes, que além de mais ficaremos agradecidos a Chavez (no caso de pagar!), já que os nossos conterrâneos açoreanos continuam na sua.
E agora a parte que me intriga - como é possível ter sido mais fácil para Sócrates convencer o amigo Venezuelano, do que o seu compatriota, correligionário e amigo Carlos César.
Não seria para uma mediação destas que poderia servir o Presidente, que tanto tem enchido a boca ultimamente com o mar?
Por último: gostarão os Açoreanos, da próxima vez que a terra lhes trema debaixo dos pés, que a gente os mande pedir ajuda ao Kadhafi?
Não seria para uma mediação destas que poderia servir o Presidente, que tanto tem enchido a boca ultimamente com o mar?
Por último: gostarão os Açoreanos, da próxima vez que a terra lhes trema debaixo dos pés, que a gente os mande pedir ajuda ao Kadhafi?
Santorini |
Já não bastando o prejuízo de toda a operação, o regabofe perdulário continua: a direção dos Estaleiros sabendo da visita de Chavez para o terceiro anúncio público da compra dp Atlântida, preparou adequadamente uma estrutura para a cerimónia, recorrendo a meios próprios, que os tem suficientes. Mas uns dias antes chegaram os mandatados governamentais, uma firma de eventos, que mandou desmontar tudo, que eram eles que tratavam de tudo. Monta palanque, levanta tenda, põe cenário, quem sabe quanto custou a produção? O que se sabe, é que os funcionários não ficaram instalados em Viana do Castelo, pois deslocavam-se 150 Kms diários, pois tinham reserva... no Sheraton, pois claro, que quem paga somos nós!
ResponderEliminarUau!
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