ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? NÃO SE PÁRAS ESTÁS PERDIDO! Goethe

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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O meu índice testosterona (ou Continente!)


Somos nas nossas vidas muito mais condicionados pela biologia do que por qualquer outro factor.
A nível " macro ", desde logo o sexo, as características físicas, as capacidades intelectuais, que nos calham na rifa, determinam à partida a malha em que nós nos expressaremos ao longo da vida.
Fosse eu dado à "escrita demorada" teria aqui pano para alguns capítulos, a evidenciar que nascer homem ou mulher, caucasiano ou ameríndio, cego ou surdo, lerdo ou sobre-dotado, faz toda a diferença na forma como vemos o Mundo, nos comportamos em sociedade, temos ou não sucesso na vida. Penso que seria tempo mais ou menos perdido, pois não acrescentaria grande coisa ao senso comum.
Também ao nível "micro" a biologia nos condiciona fortemente o dia a dia. "Somos o que comemos" é um bom exemplo de um aforismo que ilustra o princípio.Os mediadores endócrinos, os níveis de dopamina, serotonina, adrenalina, comandam-nos de uma forma invisível, fazendo-nos perder frequentemente o controlo racional dos nossos atos. Anos de aprendizagem e meditação vão por água abaixo porque nos deixamos conduzir sob o impulso da paixão, do medo, da vertigem, da azia, da obstipação...
Nesta altura estarão a concluir que eu sou um forte adepto da máxima "pense duas vezes mesmo antes de pensar!". Mas não, adoro a espontaneidade, a criatividade, o risco! Mas sei que para lá de certos limites do meu controlo racional, posso cometer erros dos quais me lamentarei amargamente.
Foi por isso que resolvi parametrizar o meu "índice testosterona". ( Valores de ref.: Acima do índice 6/10 - alerta amarelo; mais que 8/10 e menos que 3/10 - alerta vermelho)
Claro que no meu dia a dia a forma como encaro as pessoas do sexo oposto não é constante. Há dias que me apetece meter conversa com uma desconhecida e outros em que essa mesma desconhecida me irritaria. Dias em que sou indiferente e outros em que sou galanteador.
Mas ao fim de alguns anos de reflexão identifiquei o limite a partir do qual deixei de ter controlo sobre o meu comportamento sexual. Talvez alertado por uma crónica do Luís Januário (onde embevecido descrevia o "anjo" que o atendia no supermercado), percebi que  havia um sinal que precedia o ponto limite da perda do domínio da razão sobre a ditadura do impulso sexual bárbaro. Tal como os doentes de enxaqueca, sentem frequentemente uma aura anunciadora, eu identifiquei a aura que me avisa que o risco de disparate comportamental entrou em alerta vermelho.
É o chamado sinal da fila do supermercado - quando a quase totalidade das caixas do supermercado me parecem particularmente atrativas (ou o oposto), sei que está na altura de deixar de responder aos meus impulsos, ligar o piloto automático comportamental e tentar aliviar-me quanto antes dos males que me afligem.
Antes de que me venha a arrepender da minha espontaneidade ...

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