ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? NÃO SE PÁRAS ESTÁS PERDIDO! Goethe

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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Matrioska dos Problemas



O pecado original foi há muito tempo!
Desde aí cada problema enxerta-se em outro anterior que ficou por resolver!
Haverá mesmo uma escala de valores - uns serão mais importantes que outros, alguns estarão na origem de muitos outros.
Não valerá a pena tentar superar uma crise sem perceber o que lhe está subjacente e ir aí, à origem, encontrar soluções para progredir.
Tenho há muito, que um desses problemas seminais da nossa sociedade é a regressão demográfica que prevalece na Europa e na qual curiosamente Portugal, em menos de uma década,  passou a ocupar um lugar destacado na frente do pelotão suicidário.
Para estabilizar a população do País, seria necessário que nascessem, em média, 2,3 crianças por cada mulher.  Ora esse rácio anda, salvo erro, pelos 1,8.
O que quer dizer que estamos em plena contração populacional, que poderia ser compensada por um incremento na imigração, o que no actual estado das coisas não parece muito provável ( exceto, dada a nossa baixa atratividade, para populações muito pouco qualificadas - o que por si já seria outro problema).
É fácil perceber que não se renovando a população não há PIB que cresça, não há capacidade de manter o nível de reformas à população, não há inovação, em resumo teremos uma sociedade que irá definhando inevitavelmente.
Compete a um líder perceber isto antes dos outros e balizar as decisões transversais da sua política, no sentido da regeneração da situação, com metas que têm de ter o alcance de décadas.
As medidas de apoio à natalidade são o que de mais elementar se pode fazer neste âmbito e serão tanto mais eficazes quanto mais estruturantes e significativas forem. Subsídios por nascimento, darão uma ajuda, mas são o exemplo do discernimento limitado que os nossos políticos têm sobre a sociedade - principalmente se forem meras ações de propaganda como a anunciada pelo primeiro ministro no início do ano, sobre a constituição de uma conta por cada recém nascido, para utilizar aos 18 anos (!?). Mas o mesmo "senhor" que já esqueceu a promessa, vem agora retirar o abono de família aos agregados com rendimentos superiores a 600 euros.
Provávelmente esta promessa não cairá no esquecimento e é pena. Porque é precisamente à revelia do que seria uma política iluminada de procura de soluções para a crise - e vem precisamente agravar o problema donde saiu, qual boneca russa, o problema da crise actual.
Ter um boneco por líder, neste caso um sempre-em-pé, não nos ajuda infelizmente em nada, o deslindar das sucessivas camadas da nossa Matrioska Orçamental - só vê a aparência exterior e mesmo assim, só depois de lha enfiarem pelo nariz adentro.

3 comentários:

  1. O seu texto merece várias reflexoes. Contudo, não podemos ficar indiferentes às crianças que são institucionalizadas...Parir, nao parece dificil...dificil é Amar ! O que tem sido feito nos últimos governos para agilizar os processos de adopçao? Nada! Houve alteraçoes à lei, simplesmente no que diz respeito ao encurtamento de alguns tramites processuais...Isto é muito pouco ! estamos rodeados de tecnicos sem o minimo de sensibilidade. A mae decide tudo...a mae até tem o direito de escolher quanto tempo "entrega" um filho a uma instituição..Neste permeio, a mae deveria procurar emprego, ganhar maturidade,....,Mas não...essa mulher a quem chamam mae, sustenta o seu chulo com o rendimento de reinserçao social que o estado lhe dá sem o minimo de esforço para comprovar a necessidade do mesmo...Se tertarmos "abrir" a "boneca" que encaixa nesta, temos o sistema de ensino do nosso pais. Um país onde o a qualidade do ensino não esta preparada para formar gente competitiva, está votado ao emergir de uma classe media baixa sem qualificaçao profissional...O TGV só permite que as pessoas se desloquem mais rapidamente...mas nao permite que um País avance 20 anos em mentalidades e cultura do seu povo.

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  2. Obrigado pela leitura atenta!
    No post referia-me fundamentalmente à necessidade de nascerem crianças, portanto à questão da quantidade, embora na realidade não menos importante é a questão dessas crianças serem amadas e crescerem felizes e livres - a questão da qualidade. Sendo um assunto que me é caro, prometo para breve um post a incidir mais nesse aspecto.
    Desde já contudo alerto para uma realidade a que não podemos ser alheios: Portugal é dos países com maior taxa de Institucionalização de menores. Isto terá a ver com uma forte crença coletiva no Estado Social e no despertar, tardio, para as situações de violência e negligência na infância, mas trás consigo outra questão - a Institucionalização de uma Criança é também uma forma de violência sobre ela, à qual só se deve recorrer, quando fôr seguramente o mal menor.

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  3. Aguardo um escrito seu sobre "crescer com amor".
    Sabe, um dia no Brasil, concretamente no Morro de S. Paulo ( uma Ilha situada entre Ilheus e S. Salvador) li a seguinte frase numa parede : " O meu maior sonho é que cada criança do mundo tenha uma mae" .
    Se me permite, o meu conceito de mae, é alargado ao colo paternal que sabe amar, independentemente do sexo.

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