ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? NÃO SE PÁRAS ESTÁS PERDIDO! Goethe
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quarta-feira, 17 de novembro de 2010
A feijões todos podem ser, mas ninguém quer!
A CPCJ - Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, é um organismo participado pelas autarquias, Ministério da Saúde, Educação, Segurança Social, forças policiais, que desempenha funções numa área tão sensível, como a das crianças vítimas de negligência, maus tratos, abandono.
Tem poderes executivos, podendo promover a retirada de crianças dos pais e a sua institucionalização e requerer a intervenção do Ministério Público quando a necessidade de intervenção ultrapassar a sua competência.
Os seus elementos são em regra técnicos das Autarquias ou da Segurança Social(assistentes sociais e psicólogos), destacados para essa função.
Deparando-se com casos complexos, sentindo uma pressão social e dos media crescente e tratando-se muitas vezes de pessoas com pouca experiência profissional e de vida, estão na origem de uma taxa de institucionalização de crianças que põe Portugal no topo do mundo ocidental.
Já me bati contra a retirada de crianças da sua família, por terem sido espancadas pela mãe, embora considere esse comportamento ignóbil. Mas entendo que retirá-las à sua família, que não é só a mãe, são irmãos, primos, avós, ao seu bairro, aos seus colegas e amigos e colocá-la à proteção de funcionários de instituições por mais zelosas que sejam, é uma forma de violência muito mais grave e traumatizante que as surras, excepto se estiver em causa um risco de vida ou de lesões incapacitantes.
Já me bati, contra a retirada de recém nascidos aos seus pais, por estes não terem as competências sociais, culturais e económicas consideradas adequadas para os criarem, porque entendo que a promoção da orfandade, nem sempre será melhor que uma família incompetente.
Já me interroguei sobre este negócio emergente dos lares e casas refúgio, subsidiadas pelo Estado e se não distorceriam pelos seus interesses, a visão social que temos do assunto.
Já, como adivinham, fui olhado de soslaio e questionado por estas dúvidas num ambiente dominado pelo politicamente correto, a cargo de profissionais cheios de certezas.
Com isto não quero ignorar que são geralmente decisões difíceis, que envolvem riscos, que hoje ninguém parece querer correr, nem tolerar, o que leva em regra, a excessos de zelo preventivos, sem se considerar os malefícios que daí decorrem.
E é por que tudo isto mexe com vidas, que se deveria apostar em dotar cada vez mais as CPCJ de pessoas experientes, competentes e de bom senso.
Mas não - em fase de contenção de recursos, as entidades integrantes das CPCJ, começam a não estar disponíveis para cedência de técnicos e começa a adivinhar-se o seu desmembramento.
No caso concreto do Distrito de Viana do Castelo, a Câmara em comunicado de 26/10/10, retira a cedência dos seus técnicos à estrutura, pois no caso da Presidência da Comissão implicava o exercício de funções a tempo inteiro.
Em reunião ordinária da CPCJ de 27/10/10 da CPCJ, demite-se a sua Presidente e não havendo solução à vista foi proposto que qualquer elemento da Comissão Alargada (isto é representantes da Assembleia Municipal, das forças policiais,das associações de pais, etc.), que se disponibilizasse passaria a exercer a Presidência da CPCJ, sem mais delongas. E felizmente, nem assim!
É de bradar aos céus - então tanta intransigência, tanto espírito de missão, tanta elevação social, moral e ética, dá nisto!
Qualquer pessoa, independentemente da sua competência e perfil, serve?
A crise começa a mostrar o que virá aí!
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Tenho 2 palavras a dizer sobre este texto: lamentável e triste!
ResponderEliminarMas claro está, que cada um direito a ter as suas opiniões e opinar apenas pelo que vemos através da "comunicação social", nos casos sociais é do PIOR que pode haver!!
"Dotar cada vez mais as CPCJ de pessoas experientes, competentes e de bom senso." ???
Muitos dos técnicos das CPCJ estão afectos a outras instituições e aceitam colaborar com a CPCJ completamente a "feijões"...
Neste país nem todos se orientam pelo lucro!!
Nas CPCJ há pessoas que verdadeiramente se preocupam com o superior interesse da cria...nça e com a sua protecção e sim, TRABALHAM A FEIJÕES, disponibilizam o seu tempo, o seu carro, o seus meios, mas fazem-no de coração.
Lamento que esta triste situação se tenha passado na CPCJ de Viana, mas espero que as CPCJ não tenham que "acenar com a nota", para ter elementos!!
estamos numa democracia é certo e a liberdade de expressão é um direito no entanto penso que quando se trata da problemática em questão..que a critica que se faz deve ser fundamentada em conhecimento real neste caso do funcionamento das cpcjs e do trabalho dos técnicos...lamentável e triste o comentário feito....é fácil opinar e criticar..apontar o dedo..dificil é mesmo exercer o dever de cidadidania..ou colocar em prática a solidariedade social e responsabilidade civil que os mesmos que apontam o dedo..apregoam!
ResponderEliminarMaria
Concordo plenamente com o comentário da "Maria".
ResponderEliminarPorque razão, quem escreve o texto, não tira o rabo da cadeira, denuncia o que vê e viveência, chama as autoridades...torna-se um elemento activo...em vez de escrever o que não traduz a realidade?
Ser director de serviço confere-lhe uma responsabilidade acrescida...que nao somente escrever atras de uma JARRA...
Hagia
ResponderEliminarNão percebo se acha "lamentável e triste" o texto, se a situação! Na realidade o que está descrito, é factual: Portugal é o país da Europa, com maior taxa de institucionalizações de crianças; a situação descrita na CPCJ de Viana é real, não foi inventada!
Ao anónimo, apesar do tom desagradável do seu comentário, descanso-o que as "autoridades" estão ao corrente da realidade! Só não percebi "o que não traduz a realidade"! Já agora porque se exprime atrás dum anónimo - é que como diz a Maria (?), estamos(ainda) numa democracia, embora o seu tom faça suspeitar que a seu contragosto!
A Jarra Pensativa já parou para pensar se existem recursos adequados e suficientes para as CPCJ poderem aplicar outras medidas de promoção e protecção?? a Jarra Pensativa já parou para pensar que todas as crianças sinalizadas às CPCJ estão em situação de periogo porque as entidades de 1ª linha falharam: SS, Escola,Saúde, Família, Comunidade:((( A Jarra Pensativa já parou para pensar que a sua opinião é construída em juízos de valor o que em fase de avaliação é o que menos se pretende?? ENTÃO PENSE!
ResponderEliminarE a Tareca já parou pensar onde vive, e não onde gostaria de viver?
ResponderEliminarO povo não se demite, como gostariam de fazer alguns iluminados, é o que temos!
Isto não significa fatalismo, mas realismo!
Agora se quiser pôr um funcionário do Estado em cada esquina, em cada lar, faça o favor, que pelos vistos está com a razão toda!