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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Tapetes (3) - Kilim

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Nos tapetes ditos orientais ou também chamados de persas, o Kilim constitui um grupo à parte, sendo mais um tecido que uma tapeçaria.
Na confeção de um tapete utiliza-se uma urdidura, um conjunto de fios verticais, fixos, que muitas vezes aparecem nas extremidades longitudinais dos mesmos, quando terminados.
Sobre essa urdidura são feitos nós, que podem ser simétricos (nó turco) ou assimétricos (nó persa). Entre cada fiada de nós é passado um fio horizontal - a trama, entrelaçada na urdidura, cuja função é fixar os nós no seu lugar e que vai sendo sucessivamente acrescentada à medida que se vai completando cada fieira de nós.

Ora os Kilims diferenciam-se de todos os outros tapetes por não terem nós, sendo apenas compostos pela urdidura e pela trama, que é responsável pelo desenho do tapete. De certa forma é como se de um bordado se tratasse, pela passagem de segmentos de fio, pela urdidura.
Por esta razão têm uma superfície lisa, são maleáveis, dobráveis, fácilmente transportáveis. Sendo um produto característicamente de origem tribal, que só recentemente passaram a ser comercializados, eram utilizados na confeção das tendas, dos sacos, utilizados como colchas, toalhas ou almofadas. Para além do aspeto decorativo, realçado pelas suas cores vivas e desenhos geométricos profusos, funcionavam como fator de coesão grupal, particularmente importante nos grupos nómadas sem identidade territorial.
Originários da Anatólia, a sua distribuição estende-se dos Balcãs ao Paquistão.
Os desenhos tradicionais, são identitários das tribos donde provêm, sendo dessa forma possível determinar a sua origem, já que cada artesão embora produzindo peças sempre únicas, não fugia ao padrão ancestral do seu grupo.
Foram encontrados no sítio arqueológico de Dorak (perto de Bursa, na Anatólia), vestígios de fios de lã coloridos em disposições geométricas nos solo, que foram atribuídos a Kilims, datados de 2500 a.C..
Com a sua comercialização intensiva a partir dos anos 80, já que os seus motivos se adaptavam bem à decoração ocidental e a sua técnica de confeção permite preços mais acessíveis que os "verdadeiros" persas, surgiram muitos padrões modernos e alargou-se a sua proveniência geográfica.
Embora continue a ser a Turquia a sua principal pátria, os Kilims de origem magrebina, moldava, afegã, paquistanesa, indiana, estão bastante difundidos.
É muito provável que mesmo que não tenha um tapete destes lá em casa, tenha uma almofada, uma carteira ou uma mochila, com aplicações Kilim.

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