ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? NÃO SE PÁRAS ESTÁS PERDIDO! Goethe
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
O meu primeiro filme!
Nas minhas férias de Natal de 1969 (ou seria 1970?), tive a minha primeira experiência verdadeiramente cinematográfica - a ida a uma sala de cinema, o Terço no Porto, com bilhete pago, mas sem direito a pipocas que não se usavam na época, assistir a um musical que tinha ganho o Óscar de melhor filme (1968).
"Oliver" era uma adaptação do livro de Charles Dickens, produzido e realizado em Inglaterra por Carol Reed.
Oliver Twist é um órfão entre as centenas que sofrem com a fome e o trabalho escravo na Inglaterra vitoriana. Vendido para um coveiro, sofre a crueldade da sua família e acaba fugindo para Londres. Lá, ele é recolhido das ruas por Artful Dodger, um ladrão que o leva até Fagin, um velho que comanda um exército de prostitutas e pequenos marginais. Quando Oliver conhece um bondoso homem em quem finalmente enxerga um possível pai, Fagin não vai permitir que o garoto denuncie o seu esquema, e ainda aproveita para planear um assalto a casa do rico Sr. Brownlow, o pai desejado por Oliver.
Foi na companhia duns 15 primos, sob o patrocínio de um tio sem filhos e dado à cultura que fomos ao cinema. Recordo deste dia, detalhes que não lembro de momentos que supunha mais importantes na minha vida. Vivemos as desventuras e injustiças sofridas pelo pequeno Oliver, como se de nós se tratasse. As "reflexões" sobre o filme prolongaram-se até ao início das aulas. Sendo o cinema uma das fontes de prazer e cultura da minha vida, dá para perceber a importância deste momento.
Quão diferente e mais densa é hoje a vida duma criança.
Daqui a 40 anos saberão os meus filhos recordar o primeiro filme que viram?
Não, quanto mais não seja, porque não houve "esse" momento! Aos 10 anos já têm uma filmografia quase igual à minha, o que também quer dizer que o cinema já não terá para eles o mesmo efeito mágico que teve para mim.
Talvez reservem a memória para coisas mais importantes: os primeiros amigos, a primeira namorada, os primeiros desgostos ...
Roman Polansky em 2005, antes de cair em desgraça, retomou a história de Dickens - na primeira oportunidade, tenho filme para ver com os meus filhos!
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Eu, por vergonha, nem lhe conto qual o primeiro filme que vi no cinema.
ResponderEliminarRecordo bem a experiência, mas pelos piores motivos. Era tão mau o filme que até metia dó.