ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? NÃO SE PÁRAS ESTÁS PERDIDO! Goethe

- ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? - NÃO, SE PÁRAS, ESTÁS PERDIDO! Goethe



quinta-feira, 24 de março de 2011

Lembrar



Muitos chocaram-se quando Emídio Rangel disse que se podia vender um presidente pela televisão.

Enquanto líderes, Santana e Sócrates (S&S) são, em parte, uma criação de Rangel. Ele vendeu-nos estes líderes.
Na SIC, Santana Lopes participou no seríissimo concurso da Cadeira do Poder e comentou nesse símbolo de seriedade analítica chamado Donos da Bola.
Sócrates também comentou na SIC de Rangel e depois transferiu-se com ele e com Santana para a RTP. Na altura, escrevi aqui que S&S estavam no Telejornal, não para comentar, mas no âmbito da sua própria ascensão política. Souberam juntar o estrelato televisivo à ligação ao aparelho partidário.
Quanto a ideias políticas, ainda estamos para lhes conhecer uma que seja. Mas isso que interessa, se com o aparelho mediático levam os partidos ao poder, e com eles os interesses que se identificam consigo e com os seus partidos?
Embora com passagens por cargos políticos, S&S são, como ansiados líderes, criaturas da televisão.
O futuro próximo reserva-nos uma grande dislexia política: a informação "política" na televisão irá em grande parte concentrar-se naquilo que na política não é política, as performances pessoais de representação dos dois principais dirigentes partidários.
S&S tentarão evitar o populismo espampanante, que não cola bem com a nossa vivência colectiva actual, tentando esconder o máximo tempo possível, com a performance televisiva, os interesses político-económicos.
Os primeiros dias de Santana mostram o que nos espera: imensa agitação mediática em torno de nomes (o novo ministro tal será anunciado às 18h10 ou às 18h46?), um governo formado na televisão; zero de política.
É definidor da política actual que S&S tenham chegado ao poder pela televisão; que dois canais - a SIC e depois a RTP no tempo do socialista João Carlos Silva - tenham promovido deliberadamente estes dois ambiciosos políticos, apresentando-os como "comentadores". Venderam-nos gato político por lebre comentadora.

O que leram são extractos de um artigo da coluna Olho Vivo de Eduardo Cintra Torres de 2004, nos primeiros tempos do governo Santana Lopes.

Estaremos a chegar ao fim dum ciclo desastroso? Temo que não!

Sem comentários:

Enviar um comentário