Bradford DeLong, Professor na Universidade da Califórnia em Berkeley e antigo subsecretário do Tesouro dos EUA, escreve isto aqui:
(...)
" Compare-se esta abordagem com a actual política de expansão através da austeridade praticada pelo governo do primeiro-ministro britânico, David Cameron (com o Ministro das Finanças, George Osborne, como chefe da claque). O PIB real do país estagnou e existem fortes probabilidades de que o PIB real britânico caia novamente.
De facto, em menos de um ano, se as actuais previsões estiverem corretas, a Depressão da Grã-Bretanha de Cameron-Osborne não será simplesmente a pior depressão na Grã-Bretanha desde a Grande Depressão, será provavelmente a pior depressão que a Grã-Bretanha já conheceu. (...)
O fracasso da austeridade expansionista na Grã-Bretanha deve dar a todos os seus defensores a nível mundial razões para reflectir e repensar os seus cálculos políticos. A Grã-Bretanha é uma economia altamente aberta com uma taxa de câmbio flexível e com alguma margem para flexibilização monetária adicional. (...)
Se é que alguma vez existiu um país onde a austeridade expansionista devia funcionar bem – onde o investimento privado e as exportações deveriam aumentar à medida que compras governamentais desciam, confirmando a visão que os seus defensores têm do mundo – esse país devia ser a Grã-Bretanha de hoje.
Mas a Grã-Bretanha de hoje não é esse país. E se a austeridade expansionista não está a funcionar na Grã-Bretanha, como poderá funcionar em países que são menos abertos, que não podem usar o canal da taxa de câmbio para aumentar as exportações e que não dispõem da confiança a longo prazo que os investidores e as empresas têm na Grã-Bretanha?
(...)
Responsáveis políticos de outros países do mundo, tomem nota: passar fome não é o caminho para a saúde e aumentar o desemprego não é uma fórmula para ter a confiança do mercado."
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