ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? NÃO SE PÁRAS ESTÁS PERDIDO! Goethe

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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Doente crítico!


Face a doente crítico, um bom médico sabe que a emergência é inverter a degradação clínica do paciente e criar uma entropia de recuperação.
Quer isto dizer que por exemplo para um doente agónico em falência multiorgânica, o clínico não estabelece um calendário de recuperação em 48 horas. A sua expectativa é que dois dias depois os parâmetros biológicos estejam um pouco melhores, de forma a que surja esperança que essa melhoria prossiga paulatinamente. Seria completamente insano esperar que em dois dias este doente muito grave, já pudesse estar restabelecido e pronto para regressar a casa!
Claro que há médicos "entusiastas" que estabelecem um programa tão agressivo, com repetição de exames a cada hora, mudanças bruscas de terapêutica, antes mesmo delas terem tempo de surtir efeito, que o mais habitual é o paciente não resistir a tal desnorte e empenho.
O mesmo se aplica à condução da política de um país!
( A discussão epistemológica sobre se é lícito a aplicação de conceitos de medicina à realidade social e económica, fica para outra altura. Contudo, o que eu aqui recruto. é o conceito de bom senso na condução de estados críticos!).
Uma situação de descompensação multisectorial, resultado de desequilíbrios gerados ao longo de muito tempo, implicam uma abordagem cautelosa, alterando a tendência de agravamento, mas não pretendendo ter tudo resolvido em tempo recorde. E isto, fundamentalmente, porque é impossível - em vez de se ter um sucesso, ter-se-á o óbito do paciente, "que não aguentou a cura!".
Saber isto e mais importante ter serenidade e sabedoria para aplicar isto, implica experiência, conhecimento profundo da realidade e desapego ao aplauso fácil (seja do país, seja dos "professores" - o tal síndrome "bom aluno").
O bom aluno não é aquele rapazinho (ou rapariguinha) que é muito certinho nas aulas, tem um caderno perfeito com todos os apontamentos e carrega a pasta ao sr. professor.
O bom aluno é aquele que chega aos exames e tira boas notas (sem copiar!). E que aprendeu para a vida os conhecimentos importantes que lhe irão permitir um desempenho profissional e social de sucesso.
Com um governo de choninhas - de que o menino Moedas é a face mais emblemática - poderemos ter esperança de nos mantermos algum tempo no quadro de honra, mas na pauta final iremos ter o nome a vermelho!
Tal como em Medicina há o direito a uma segunda opinião, também o País tem esse direito! O logro de que não existem alternativas, é isso mesmo - uma mentira, de quem tem medo dessa segunda opinião!
Não podemos ver-mo-nos a morrer, ter-mos a certeza que vamos morrer e não sermos capazes de mudar de médico!
Nestas ocasiões é costume pedir-se a colaboração de alguém mais experiente, mais sensato e ponderado e com provas dadas de sucesso!
Esperemos consigamos encontrar alguém com esse perfil!

2 comentários:

  1. Parece que sim, que "é lícito a aplicação de conceitos de medicina à realidade social e económica".

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  2. Fico assim mais descansado... Obrigado pela leitura! Abraço

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