ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? NÃO SE PÁRAS ESTÁS PERDIDO! Goethe

- ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? - NÃO, SE PÁRAS, ESTÁS PERDIDO! Goethe



quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mario Vargas LLosa



Mario Vargas Llosa, o meu autor deste mês, nasceu em Arequipa, a cidade branca, em 1936.
"Tia Júlia e o Escrevedor", o livro que me entretém de momento, foi publicado em 1977 e relata autobiograficamente o que foi a sua vida e o seu pensamento por volta dos seus 18 anos. Namorava então a sua tia Júlia (melhor dizendo a irmã de uma sua tia), com quem efetivamente veio a casar aos 19 anos e ganhava a vida como jornalista numa rádio de Lima, enquanto estudava Letras e Direito na Universidad Nacional Mayor de San Marcos.
Detenho-me no capítulo IX onde Marito confidencia à sua prima Nancy, a sua paixão pela irmã da tia Olga, Julia. A sua prima tenta chamá-lo à razão, alertando-o para o escândalo, recordando-lhe que "a família tinha ilusões, era a esperança da tribo." "Era verdade, a minha parentela cancerosa esperava de mim que fosse um dia milionário, ou no pior dos casos, presidente da República".
" Se te casares com ela, dentro de vinte anos, ainda és jovem e ela uma avozinha", recorda-lhe Nancy, sugerindo que do que ele precisava era de alguém como ela.  Júlia já lhe tinha, aliás, dito "Na melhor das hipóteses, o nosso caso duraria três anos, talvez uns quatro, quer dizer, até encontrares a miúda que vai ser a mamã dos teus filhos."

Ora isto não é um romance, é um oráculo.
Com vinte e oito anos, Mário divorcia-se de Júlia e um ano depois, casa-se com a sua prima Patrícia Llosa, sobrinha da sua primeira mulher e com quem vem a ter 3 filhos.
Em 1990 concorre à Presidência da Republica do Perú, pela Frente Democrata, perdendo para Alberto Fujimori.
Vinte anos depois em 2010 recebe o prémio Nobel da Literatura, que para além da consagração, vale para cima de 1 000 000 de Euros.
Cumpre-se assim a vontade da "parentela cancerosa" - o Marito, torna-se milionário, já que embora tenha tentado, não conseguira ser Presidente da República.



Aqui Vargas Llosa, aparece ao lado de sua mulher, Julia Urquidi  (à sua direita), que viria em 1983 a publicar a sua réplica à Tia Júlia e o Escrevedor, em "O que Varguitas não disse".
A fotografia é de 1959, tendo "Marito" portanto 23 anos e não aparentando ter menos 11 anos que Julia. É caso para dizer parafraseando o seu alter ego novelístico, Pedro Camacho, que ainda estava muito longe daquela idade que a ciência considera ser a do apogeu de um homem - os 50 anos.
Em foto de 1959, Vargas Llosa aparece ao lado da mulher Julia Urquidi (à direita) e da jornalista guatemalteca Maria Cristina Orive


1 comentário: