ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? NÃO SE PÁRAS ESTÁS PERDIDO! Goethe

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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

VIDA INACABADA



Filme de 2005 de Lasse Hallström, realizador sueco que tendo começado por produzir videoclips para os Abba, é hoje um dos mais bem sucedidos de Hollywood ("Chocolat", "Shipping News", "Casanova", "Cider House Rules/Regras da casa", tendo dirigido recentemente Richard Gere - "The Hoax"(2007), "Hachico"(2009)).
Neste filme com Robert Redford (nasc.1936), Morgan Freeman (nasc. 1937) e Jennifer Lopez (nasc. 1969), aborda a questão da perda, da culpa e da dificuldade de as ultrapassar.
Robert Redford um veterano com 64 presenças como ator e 8 títulos como realizador (foi óscar de melhor realizador, logo no primeiro - "Gente Vulgar"- em 1980), assume aqui  o ideal de uma América rural, políticamente incorreta, de gente crua mas humana, na senda de Clint Eastwood (nasc.1930, 66 presenças como ator e 35 filmes realizados desde 1990),  a que cada vez mais se assemelha.
Morgan Freeman (89 filmes), contemporâneo de Redford, assume com este uma relação muito idêntica à que tem com Clint Eastwood em Million Dollar Baby (2004) - é o elemento humanizador, capaz de vergar a personalidade difícil do durão desencantado com a vida, de convocar pela sua frontalidade e fraternidade,  a alma sensível que se esconde atrás dum carácter aparentemente inacessível. Aliás também o faz em "The Bucket List/Nunca é Tarde Demais" (2007), com Jack Nicholson, outro insuportável ego, que aceita que Freeman o redima, obrigando-o a acertar as contas com a vida.
Têm todos estes três filmes muito de comum - três personalidades fortes, de herói americano clássico (Marlboro Man assumido no caso de Redford neste filme), indiferentes ao que os outros possam achar das suas vidas, mas todos eles com questões por resolver e a quem a personagem de Morgam, simples, tolerante, capaz de perdoar, aparece como anjo redentor, conseguindo quase anónimamente trazê-los à razão e põ-los de bem com os outros e consigo próprios.

Eu que tenho um fraco por corações empedernidos e acredito em anjos da guarda, gosto de ver estes filmes num domingo à tarde e deixar-me emocionar.
Quem dera o mundo fosse assim, de gente difícil, mas curial, passível de se regenerar ...

2 comentários:

  1. O problema dos coraçoes empedernidos...é que nos assustam...e temos medo de nos aproximar

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  2. Eu também tenho um fraco por corações empedernidos.
    Lembram-me Brecht: "Dizem de um rio que é violento, mas não dizem violentas as margens que o comprimem!"

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