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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

(7) Tapeçarias de Pastrana

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No simpático blogue "Metafísica do Esquecimento" aparece muito bem contada a história destas tapeçarias góticas de origem flamenga, que enaltecem os feitos lusitanos no Norte de África.
Para quem não resista a vê-las já, existem no Paço dos Duques de Bragança em Guimarães, réplicas destas 4 tapeçarias quinhentistas, realizadas na Fábrica Nacional de Tapices (hoje, Real Fábrica de Tapices - bem no centro de Madrid, junto ao Prado) por encomenda de Manuel Azaña, Presidente do Conselho da 2ª Répública, em 1932. E que só teriam sido concluídas em 1957, data em que Salazar as comprou para as expôr em Guimarães.
E mais acertada não poderia ter sido essa decisão já que existe um curioso paralelismo entre a história das tapeçarias e as do Paço.
O Paço dos Duques foi construído em duas fases: a primeira entre 1420 e 1438 e a segunda após 1461, já depois do falecimento do primeiro duque de Bragança.
É pois contemporâneo das tapeçarias originais, encomendadas por D.Afonso V à fábrica flamenga de Tournai e datadas de 1471.

Em 1933, Salazar em visita a Guimarães, encantou-se com este peculiar edifício, que era utilizado como quartel militar. Encomendou então ao arquiteto Rogério Azevedo um plano de reconstrução de acordo com o que teria sido a sua traça no final da segunda fase construtiva.
As obras iniciaram-se em 1937, tendo-se finalizado em 1959.
Ora as réplicas espanholas das tapeçarias foram executadas entre 1932 e 1957, havendo pois uma coincidência cronológica surpreendente na história destas duas obras.

Para quem puder esperar até 2012, ano em que Guimarães será capital europeia da cultura, está prometida uma exposição dos tapetes originais restaurados, que poderão ser comparados com as suas réplicas modernas.
Muita cerveja belga se beberá por essa altura em Guimarães ...

1 comentário:

  1. Curioso paralelismo. E muito bem esgalhado.
    Apesar de tudo, é ao Estado Novo que devemos a preservação/reconstrução de boa parte (a que esxiste ainda hoje na verdade) do nosso património histórico monumental.

    E, no fundo, uma política cultural nacional deveria passar por isso e pouco mais (manutenção, preservação, e reconstrução do património edificado e/ou em ruínas, e restante património histórico existente), ao invés da multiplicação quase irracional de museus, espaço museológicos e centros de exposição por tudo quanto é canto.

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