ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? NÃO SE PÁRAS ESTÁS PERDIDO! Goethe

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Circunstâncias!

Já agora, quem disse "Eu sou eu, mais a minha circunstância"?

Também disse, explicando melhor:

"A vida, que é, antes de tudo, o que podemos ser, vida possível, é também, e por isso mesmo, decidir entre as possibilidades, o que em efeito vamos ser.
Circunstâncias e decisão são os dois elementos radicais de que se compõe a vida.
A circunstância – as possibilidades – é o que da nossa vida nos é dado e imposto. Isso constitui o que chamamos o mundo. A vida não elege o seu mundo, mas viver é encontrar-se, imediatamente, em um mundo determinado e insubstituível: neste de agora. O nosso mundo é a dimensão de fatalidade que integra a nossa vida.
Mas esta fatalidade vital não se parece à mecânica. Não somos arremessados para a existência como a bala de um fuzil, cuja trajectória está absolutamente pré-determinada. A fatalidade em que caímos ao cair neste mundo – o mundo é sempre este, este de agora – consiste em todo o contrário. Em vez de impor-nos uma trajetória, impõe-nos várias e, consequentemente, força-nos... a eleger. Surpreendente condição a da nossa vida!

Viver é sentir-se fatalmente forçado a exercitar a liberdade, a decidir o que vamos ser neste mundo.
Nem mum só instante se deixa descansar a nossa actividade de decisão.
Inclusivé quando desesperados nos abandonamos ao que queira vir, decidimos não decidir.

É, pois, falso dizer que na vida «decidem as circunstâncias».

Pelo contrário: as circunstâncias são o dilema, sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter. "


Esta atitude filosófica é antagónica da de Herédoto que afirmou:

São as circunstâncias que governam os homens, não os homens que governam as circunstâncias !

E você já agora, que acha?

4 comentários:

  1. Sim, quem decide é o nosso caracter, mas há circunstâncias que testam o caracter mais que outras. Ou "é nas situações-limite que se vê a verdadeira fibra de cada um" - mas dependendo das circunstâncias, há quem nunca tenha tido o seu caracter verdadeiramente testado. O que permite grandes ilusões.
    Citei essa frase do Ortega Y Gasset num livro de memórias que escrevi...

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  2. É difícil decidir quando as circunstâncias são tão fortes que não nos dão alternativas, uma vez que só cada um sabe as suas condicionantes.
    Neste tempo que corre em Portugal, tudo se justifica, e pior … tudo parece se aceite.
    Mas como temos de viver connosco próprios, há caminhos que baixam de tal modo a nossa auto-estima, que o melhor é não os tentar justificar.

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  3. Penso que andamos a ver "circunstâncias" a mais...Seremos assim tão frágeis, ou os nossos valores é que estarão cotados pelas lei da selva?
    Não se estará a desresponsabilizar demasiado?

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  4. Embora as circunstâncias balizem as opções num dado momento, acredito que cada um é senhor das suas decisões.
    E que o que distingue um Homem dum cata vento, é precisamente conseguir posicionar-se contra a corrente!

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