Agora que me pus a ler o D. Quixote, descubro todos os dias nos jornais, nos blogues, que é um autor da moda ... com 400 anos de tarimba, o que é uma garantia incontornável!
D. Quixote é alguém que conheceu primeiro o mundo pelos livros, ao contrário de Caeiro que enaltece "a espantosa realidade das coisas", e que ao tomar contacto com a realidade quer à viva força que ela corresponda ás fantasias que desenvolveu nas suas leituras alucinadas.
Vai daí, aqueles que lhe estavam próximos terem entendido que destruir a sua biblioteca era um acto de caridade!
Também desconfio daqueles que conhecem o Mundo dos livros (embora creia que estes são um património único, apesar da sua maioria ser dispensável).
A experiência vivida, se possível sem constrangimentos morais, ideológicos ou quaisquer outros preconceitos, é o nosso maior património e aquilo que de mais útil temos para dar aos outros.
Na vida económica, cultural, na política, assustam-me os teóricos, os que aprenderam tudo nos livros, nas universidades, os que conceptualizam a realidade!
Ninguém, a não ser por acaso, tomará boas decisões sobre matérias sobre as quais não desenvolveu uma teoria pessoal, fruto de muitas leituras, opiniões alheias, mas sobretudo duma vivência rica numa determinada área.
Temo os sabichões, cheios de certezas!
A sabedoria é uma atitude tolerante, disponível para aprender e mudar!
Eu também temo os sabichões cheios de certezas, mas temo igualmente os "porreiraços" e os eternamente indecisos.
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