ESTOU PERDIDO, DEVO PARAR? NÃO SE PÁRAS ESTÁS PERDIDO! Goethe

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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Olhe-se para o que fazem, não para o que dizem!


Jean Jacques Rousseau nasceu em Genebra, Suíça, em 1712.

Filho de protestantes, perdeu a mãe durante o parto. Aos 10 anos, foi entregue pelo pai a um tio, que por sua vez, o entregou a um padre, com o qual, teve uma infância infeliz.
Na adolescência, após um breve período de vagabundagem, entrou num reformatório em Turim. Em seguida tentou, por várias vezes, ser acolhido num seminário. Frustrado com as repetidas recusas, saiu da Suíça em 1730 e foi para França, onde se estabeleceu em Paris, no ano de 1742.

Na cidade conheceu Denis Diderot e tornou-se um dos muitos colaboradores da Encyclopédie. Rousseau ainda escreveu alguns artigos sobre a música, sua grande paixão, mas com a publicação do seu romance "Émile ou de l'éducation" (1762) entrou em conflito com as autoridades francesas, razão pela qual fugiu para Inglaterra em 1766. Um ano depois retornou à França protegido por um nome falso.

Em 1768, casou-se com Thérèse Levasseur, sua amada de longa data, com quem teve cinco filhos, todos entregues à adoção, devido à situação financeira do casal.
Morreu em 2 de julho de 1778, em França. Entre suas obras, as escritas em 1762, "O Emílio ou da Educação" e o "Contrato Social", são as que apresentam maior conteúdo pedagógico.

Em "Emílio", espécie de tratado pedagógico sobre a forma de novela, Rousseau explana um método educativo ideal que deveria ser seguido na educação de uma criança. As suas ideias foram reabilitadas durante a Revolução Francesa e inspiraram o sistema educativo então implementado. Rousseau foi durante a revolução homenageado com o translado dos seus ossos para o Panteão de Paris.
As ideias pedagógicas de Rousseau, que estão na origem do pensamento iluminista e moderno de educação, assentam no princípio que o Homem é na sua origem puro e intrinsecamente bom e é a sociedade que o corrompe.

"Emílio" está dividido em cinco livros: o primeiro, aborda o período da educação do nascimento aos cinco anos, defendendo que a sua ama o deverá amamentar e tudo fazer para não contrariar a natureza do pequeno ser; o segundo, debruça-se sobre a infância (5 aos 12 anos), realçando que a aprendizagem não se deve fazer pelos livros, mas assentando na exploração dos
sentidos e promovendo um sistema dedutivo espontâneo, que não condicione a pulsão natural; o terceiro livro, sobre a adolescência (12 aos 15 anos) incide sobre a escolha de uma profissão, que entende deve ser manual, para não deixar o intelecto submergir o natural; o quarto livro, sobre a puberdade, aborda as questões do amor e da fé e foi o que esteve na origem das principais controvérsias, que levaram à proibição e queima dos seus livros em França e na Suiça. O quinto livro aborda a educação de Sofia, a “mulher ideal” e futura esposa de Emílio e a vida doméstica e civil deste.

Sendo J.J.Rousseau, um intelectual e incapaz de criar qualquer um dos seus cinco filhos, como se tornou o fundador da moderna pedagogia ocidental, enaltecedora de um homem "natural", não condicionado pelos livros e pelas ideias?

Foi nesta preversão original que entroncaram muitos dos mal entendidos contemporâneos!

1 comentário:

  1. Quanto à pedagogia e ensino no Portugal contemporâneo, desconfio que nos ministérios e direcções que tratam de tais assuntos residam abundantes e fiéis discípulos de Rousseau.

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